Baby Friendly é um termo utilizado para descrever ambientes, produtos ou serviços que são projetados e adaptados para atender às necessidades específicas de bebês.
Antes de ter filho, não percebia o quanto o mundo não está adaptado a bebês. O quanto as pessoas esperam de um bebê, que claramente, ele não está preparado para dar. O quanto as pessoas querem que o bebê aja como um miniadulto.
Em mais de um local, quando meu filho, Guga, tinha 3 meses (ou até menos), pessoas que eu nem tinha intimidade, me perguntavam se ele já dormia a noite toda.
Não entendia direito:
1) O que a pessoa tinha a ver com isso?
2) Qual é a resposta que essa pessoa quer ouvir?
Após um tempo, passei a responder: “sim, claro, dorme a noite toda faz tempo”, mesmo não sendo essa a verdade, ele acordava de 2 a 3 vezes para mamar.
O fato é que é completamente normal o bebê acordar ou se comportar como… (pasmem!) um bebê!
E temos que acolher, dar colo, sermos os adultos da história. Bebê/criança não é um miniadulto, vamos permitir, então, que se comportem de maneira imatura, para, enfim, aprenderem como funciona o mundo?
Outra coisa que não entrava na minha cabeça era o vestuário dificílimo de vestir dos recém-nascidos. Mães de primeira viagem, como eu, imagino que sofram como eu sofri. Colocar o body (que é minúsculo e supercomplicado de passar pela cabeça, parece que o bebê vai sufocar), a calça, o macacão; e ter que tirar tudo isso a cada troca de fralda era meu pesadelo. E quando isso acontecia de madrugada?
E tem mais!
Locais que não oferecem cadeirão, que não têm trocador no banheiro, pessoas que olham feio ao ver o bebê gritando e sendo bebê e… as ruas. Andar com carrinho nas ruas de São Paulo é simplesmente um desafio enorme. Como devem sofrer os cadeirantes! Ruas de paralelepípedo, calçadas esburacadas e cheias de degraus. Meu Deus, que sufoco! E sei que isso não é exclusividade da minha cidade, Brasil afora é assim também.
Então, te proponho o seguinte desafio…
Ao ver uma mãe com seus filhos pequenos, seja gentil, veja se ela precisa de ajuda. Exercite sua empatia, coloque-se no lugar dela. O mundo não está adaptado a bebês ainda, mas podemos mudar isso com atitudes.
Leia nosso artigo: 13 frases que toda mãe não quer mais ouvir
Pense que ela pode ter ficado acordada a noite toda. Que ela ter dado aquele simples passo de ir caminhar com a cria ou sair com o carrinho naquele dia pode ter sido algo muito desafiador para ela, pode ser que ela tenha se preparado e pensado em desistir mil vezes antes de fechar a porta de casa.
E cada sorriso, cada gesto de ajuda conta muito para que essa mãe se sinta incluída.
Uma vez, no aeroporto, Guga tinha 5 meses, estava chorando na fila do check-in, uma senhora empurrou o carrinho dele para mim, enquanto eu o ninava no colo para ele acalmar. Ela me disse que tinha um netinho do tamanho dele e sabia o quanto era difícil estar no meu lugar. Quase chorei na hora, agradeci aliviada.
Por isso, apenas sejamos agradáveis e façamos mais pelas mães; um dia aquela pessoa precisando de uma mão pode ser a sua filha, irmã ou amiga.
*Trecho do livro: “Mãe de primeira viagem”.
Comentários (4)
Leilasays:
26 julho 2023 em 6:30 pmAmei esse texto depoimento. No vejo realmente o mundo adaptado a bebês e muitas vezes pessoas que se incomodam com um choro ou até com a alegria de um bebê com seu pequenos gritos de euforia.
Posso contar aqui uma experiência que tive em um teatro?
Se puder relato em um outro comentário.
Bjs e obrigada por fazer com que as mamães de primeira viagem se sintam melhores lendo seus relatos.
Ligia Menezessays:
30 julho 2023 em 10:26 pmOi, Leila! Verdade!! Ainda bem que esse pensamento já está mudando, né?
Claro, pode contar sua experiência, sim!
Beijos
Shirleysays:
29 julho 2023 em 12:03 amQue texto perfeito!
Hoje, depois de ser mãe, percebo o quanto poderia ter sido mais gentil com as mães ao meu redor no passado. Depois de entender o furacão que passa na vida de uma mãe, eu sempre tento oferecer um ombro amigo quando vejo uma recém-mãe (seja ao vivo ou por instagram).
O mundo e as pessoas definitivamente não estão preparados para os bebês, e muito menos para as recém mães.
Ligia Menezessays:
03 agosto 2023 em 6:08 pmSim, por aqui também me tornei muito mais empática após ter filho!! Que bom ver que não estou sozinha! beijos