![Transição de alimentos: como oferecer alimentos que as crianças não gostam 1 Transição de alimentos: como oferecer alimentos que as crianças não gostam](https://alimentandocomamor.com.br/wp-content/uploads/2024/03/transicao-de-alimentos.jpg)
Saiba como a estratégia de Transição de Alimentos, conhecida como Food Chaining, pode ampliar o repertório alimentar das crianças.
A Transição de Alimentos pode ser feita para introduzir alguns alimentos não favoritos para crianças não seletivas, ou para tratar de maneira gradual a seletividade.
Mas antes de abordar e explicar sobre o Food Chaining, é importante ressaltar que não devemos rotular a criança como seletiva sem a devida avaliação de profissionais de saúde especializados.
![Transição de alimentos: como oferecer alimentos que as crianças não gostam 2 Alertas sobre a Transição de alimentos](https://alimentandocomamor.com.br/wp-content/uploads/2024/03/transicao-de-alimentos-alerta-1024x717.png)
O que é Food Chaining?
Comer não é só colocar comida na frente da criança e esperar que ela coma. É um processo que envolve coisas como tatear, sentir o cheiro e o gosto, e estar em um lugar onde ela se sinta bem.
Tudo isso precisa estar alinhado para que a criança dê a primeira mordida.
Quais são as etapas no ato de comer?
![Transição de alimentos: como oferecer alimentos que as crianças não gostam 3 Etapas no ato de comer da criança](https://alimentandocomamor.com.br/wp-content/uploads/2024/03/transicao-de-alimentos-etapas-700x1024.png)
Imagine que cada etapa dessas é um degrauzinho até chegar ao objetivo final.
Apesar de parecer pouca coisa, passar de tolerar um alimento no prato para interagir com ele é uma grande conquista!
Por isso é importante que pais e profissionais de saúde reconheçam cada pequena vitória e os progressos nessa aprendizagem.
Uma maneira de ajudar a criança a avançar nas “etapas” da alimentação é através da estratégia de Transição de Alimentos, originalmente chamada de “Food Chaining”, um termo cunhado por Fraker, Walbert e Cox (2004).
Fazendo a Transição de Alimentos (Food Chaining), você adiciona mais opções a partir dos alimentos que a criança já ama, até chegar a alguns alimentos-alvo que você gostaria que ela aprendesse a comer.
De acordo com uma pesquisa realizada por uma equipe multidisciplinar de alimentação, que incluiu um nutricionista, um gastroenterologista pediátrico, um fonoaudiólogo (terapeuta de alimentação) e um psicólogo comportamental, essa estratégia mostrou ser eficaz na ampliação do repertório alimentar.2,3
Mudanças que você pode fazer na Transição de Alimentos
![Transição de alimentos: como oferecer alimentos que as crianças não gostam 4 Mudanças na Transição de Alimentos](https://alimentandocomamor.com.br/wp-content/uploads/2024/03/transicao-de-alimentos-mudancas-957x1024.png)
Quando você oferece um alimento novo ou desprezado junto com alimentos que a criança está familiarizada, maior é a probabilidade de ela experimentar.
Ao acumular experiências positivas na hora de comer (sempre com muita paciência), você pode ajudar a aumentar a aceitação da criança em relação a novos sabores, texturas, temperaturas, cores e alimentos. Essa estratégia pode ser eficaz até mesmo com adultos seletivos.
A estratégia da Transição de Alimentos é um processo que inclui algumas etapas para aumentar a variedade na dieta da criança e diminuir comportamentos indesejados durante as refeições (choro, recusa de comida, etc).
É importante lembrar que a evolução, a quantidade de etapas e o tempo que o processo vai levar serão diferentes para cada criança:
As crianças super seletivas, especialmente quando há outros fatores ou condições associados à seletividade, precisam de mais etapas do que crianças que estão apenas passando por uma fase de recusa.
Tipos de Transição de alimentos
Existem várias maneiras de fazer a Transição de Alimentos. Você pode usar uma só técnica ou uma combinação delas para conseguir que a criança aceite novos alimentos.
Imagens de tipos
Para saber como iniciar a transição de alimentos da melhor forma, ver exemplos práticos e dicas pontuais que vão te guiar durante todo esse processo, consulte o guia “Transição de Alimentos” no aplicativo Garfinho, clique aqui para baixar e testar por 14 dias gratuitos.
Dica de ouro: Quanto maior o desafio, menor deve ser a pressa
Se for oferecer um alimento que você acha que não tem muita chance de ser consumido, deixe para iniciar isso num dia em que você tenha mais tempo/energia para lidar com possíveis comportamentos de resistência (por exemplo, fins de semana, dias de saída antecipada na escola, etc.).
Mas lembre-se que quando começar, é importante manter constância. Os resultados podem demorar a aparecer.
Lidar com a seletividade alimentar pode exigir uma grande quantidade de dedicação e ainda mais paciência. No entanto, pode ser fundamental para construir um relacionamento positivo com a comida e a alimentação, o que potencialmente oferecerá muitos benefícios a longo prazo.
Se você está dedicando tempo para aprender sobre isso, significa que você está no caminho certo para ajudar o seu pequeno neste processo. Vai valer a pena ter se dedicado tanto. Você é incrível!
Referências
1. GAHAGAN, S. (2013). The Development of Eating Behavior – Biology and Context. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3426439/>. Acesso em: outubro de 2022.
2. FISHBEIN, M.; COX, S.; SWEENEY, C.; MOGREN, C.; WALBERT, L.; FRAKER, C. Food Chaining: a Systematic Approach for the Treatment of Children with Feeding Aversion. Nutr Clin Pract, v. 21, n. 2, p. 182-184, abr. 2006. DOI: 10.1177/0115426506021002182. PMID: 16556929.
3. FRAKER, C.; FISHBEIN, M.; COX, S.; WALBERT, L. Food chaining: The Proven 6-Step Plan to Stop Picky Eating, Solve Feeding Problems, and Expand Your Child’s Diet. Da Capo/Life Long, 2007.
4. PIAZZA, C. C.; PATEL, M. R.; SANTANA, C. M.; GOH, H.-L.; DELIA, M. D.; LANCASTER, B. M. An Evaluation of Simultaneous and Sequential Presentation of Preferred and Nonpreferred Food to Treat Food Selectivity. Journal of Applied Behavior Analysis, v. 35, n. 3, p. 259–270, 2002. Disponível em: <https://doi.org/10.1901/jaba.2002.35-259>.
5. SHORE BA; BABBITT RL; WILLIAMS KE; COE DA; SNYDER A.(1998). Use of Texture Fading in the Treatment of Food Selectivity. J Appl Behav Anal., v. 31, n. 4, p. 621-633. DOI: 10.1901/jaba.1998.31-621. PMID: 9891398; PMCID: PMC1284152.
6. HARRIS, G.; COULTHARD, H.. Early Eating Behaviors and Food Acceptance Revisited: Breastfeeding and Introduction of Complementary Foods as Predictive of Food Acceptance. Current Obesity Reports, v. 5, n. 1, p. 113–120, 2016. Disponível em: <https://doi.org/10.1007/s13679-016-0202-2>.
7.CATON S.J., AHERN S.M., REMY E., NICKLAUS S., BLUNDELL P., HETHERINGTON M.M.. Repetition Counts: Repeated Exposure Increases Intake of a Novel Vegetable in UK Pre-School Children Compared to Flavour-Flavour and Flavour-Nutrient Learning.British Journal of Nutrition , v109,p2089–2097 (2013).
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