Descubra como estimular a criança a comer melhor com 9 dicas práticas e eficazes. Transforme refeições em momentos felizes e saudáveis!
Dias atrás, fui convidada para responder uma entrevista sobre obesidade infantil e uma das perguntas era exatamente o título desse texto: Como convencer e estimular a criança a comer melhor e ter uma alimentação mais saudável?
Confesso que pensei bastante, já que a obesidade é causada por diversos fatores e não há apenas uma forma de estimular a criança a comer melhor. E aí decidi compartilhar com você sobre esses estímulos (úteis para todas as crianças, independentemente do seu estado nutricional – baixo peso, peso adequado ou excesso de peso, ou idade).
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Sempre digo que a criança é um ‘livro em branco onde escrevemos uma nova página por dia’, ou seja, a criança não sabe que o maracujá é azedo e precisa de açúcar para comer, ela não conhece a batata frita, o chocolate ou o refrigerante antes de alguém dar. Então, a primeira coisa que sempre digo é: pelo menos até os 2 anos (preferencialmente até os 5 anos), não dê e peça para os familiares, amigos e/ou cuidadores também não darem estes alimentos a ele/ela. Tenha certeza apenas de uma coisa: a criança não vai ‘aguar’ ou ficar com vontade de algo que ela nunca viu, ou experimentou!
Mas se a criança já experimentou e tem o costume de consumir, a dica é: não deixe à mostra/na visão da criança, isto é, crianças não costumam procurar alimentos nos armários e na geladeira, elas escolhem o que veem primeiro (pensando sempre na altura de seus olhos). Logo, é nessa altura que você deve deixar as frutas, legumes, verduras (já higienizadas e cortadas, se for o caso), para que quando forem procurar algo para comer, elas sejam estimuladas com os alimentos saudáveis.
Abaixo, listei algumas outras dicas que você e sua família podem incorporar à rotina do pequeno para que ele tenha uma alimentação mais variada e saudável.
Dicas para estimular a criança a comer melhor
1. Explique que exceção não é regra
O que não quer dizer que irá acontecer 1 ou 2 vezes na semana, ou seja, haverá dias que o jantar poderá ser uma pizza e a sobremesa será sorvete. Mas explique isso não acontecerá frequentemente e, em ambos os dias, a criança e toda a família terão prazer e satisfação em comer.
2. Dê o exemplo
A criança copia a ação dos adultos, logo, de nada adianta você querer que o pequeno coma uma fruta de sobremesa, se você está comendo um bolo de chocolate com cobertura. O que vale para uma pessoa, deve valer para o outro também, independentemente da idade delas.
3. Tenha momentos agradáveis antes e durante a refeição
Peça ajuda da criança durante a preparação, por mais simples que seja, as crianças gostam de ajudar e tendem a pelo menos experimentar novos alimentos ou preparações quando são elas ‘que fizeram’.
4. Atenção às outras atividades durante a refeição
Devemos ter atenção plena no momento de comer, logo, televisão, celular e qualquer outro meio de distração não deve estar presente durante a refeição. Essa atitude faz com que você e a criança observem mais os alimentos, sintam melhor o sabor e textura e aprendem a respeitar mais os sinais de saciedade, sem comer além do necessário.
5. Tenha atitudes positivas sobre a comida
Não faça terrorismo durante a refeição, por mais difícil que pareça, não ameace ou brigue com a criança caso ela não coma, isto fará com que ela tenha trauma da refeição e aceite cada vez menos experimentar novos alimentos ou formas de preparo.
6. Leve a criança à feira ou ao mercado e mostre os alimentos a ela
Se possível, a deixe experimentar e diga para ela escolher dois alimentos que vocês irão preparar e comer durante a semana.
7. Invista em diferentes formas de preparo
A criança deve experimentar ao menos 10 vezes cada alimento (em diferentes dias) para podermos dizer que ela não gosta de determinado item. Use a criatividade para apresentar (sem mascarar) o alimento.
Por exemplo, a cenoura: ralada na salada, ralada no arroz, cozida para salada, cozida acompanhando uma carne, em purê, em bastonetes, no bolo, no bolinho de legumes, refogada, no suco (para crianças maiores de 1 ano), etc. Introduza os alimentos com calma e sem pressão/alarde.
8. Não use o doce como chantagem
Frase do tipo ‘se você comer toda a salada, vai ganhar um doce!’ nunca deve ser utilizada, porque a criança vai entender que a salada é algo tão ruim, que quando ela consegue comer, merece até uma recompensa, sendo que queremos que ela pense exatamente o contrário.
9. Foque sempre no que a criança deve e vai comer e não no que não comer
Com isso, ela percebe a enorme variedade de opções gostosas, saborosas e saudáveis que ela pode consumir.
E na sua casa, você já usou alguma dessas dicas para fazer seu filho comer melhor? Quais foram os resultados? Tem alguma experiência positiva ou não tão bacana assim para nos contar? Compartilhe conosco sua história! Seu relato pode ajudar outra mãe que esteja passando pelo mesmo momento ou até mesmo a mim, para eu saber o que acontece além do consultório! 😉
E se precisar de ajuda na criação de hábitos alimentares das crianças, também estou disponível no Chat Nutri do Aplicativo Garfinho, clique aqui para baixar.
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