Descubra se o bebê tem APLV e saiba como agir. Conheça os sintomas e tipos dessa alergia alimentar.
Você já deve ter ouvido falar na famosa APLV: Alergia às Proteínas do Leite de Vaca. Essa é a alergia alimentar mais comum na infância. Mas quando você deve suspeitar que seu filho pode ter APLV?
Primeiro, precisamos entender que existem 3 grandes grupos de alergia ao leite de vaca (e isso também vale para alergia a outros alimentos). Em cada um desses grupos, teremos sintomas sugestivos, como vou comentar a seguir.
APLV do tipo IgE mediada
A forma mais fácil de ser identificada é a alergia do tipo IgE mediada. Esse nome vem pela participação do anticorpo do tipo IgE nas reações alérgicas nesses casos. Essa alergia ao leite de vaca é aquela em que o bebê ou a criança tem sintomas imediatos (em poucos minutos, e no máximo em 2 horas) após ingerir uma fórmula infantil, ou leite de vaca, ou derivados do leite, ou alimentos que contenham proteína do leite de vaca.
Nesses casos, o bebê ingere o alimento e logo depois apresenta algum desses sintomas: vermelhidão na pele, coceira, urticária, inchaço nos lábios ou nos olhos, tosse, falta de ar, chiado no peito, vômito, diarreia, dentre outros sintomas ou até mesmo uma reação anafilática. Geralmente, essa forma de APLV vai aparecer nas primeiras vezes que a criança ingere a proteína do leite.
Então se for um bebê que começa a complementar o aleitamento materno com fórmula, pode aparecer já nas primeiras ofertas da fórmula. Se é um bebê que só começa a ter contato com a proteína do leite de vaca com 1 ano de idade, essa alergia vai começar nessa idade. Mas é muito raro aparecer a APLV depois de anos que a criança já ingere proteínas do leite de vaca sem nenhuma reação.
Leia também: Como identificar uma reação alérgica durante a introdução alimentar?
APLV do tipo Não IgE mediada
O segundo tipo de APLV é a Não IgE mediada. Esse é o tipo mais comum nos bebês, porque pode acontecer inclusive durante o aleitamento materno exclusivo, pela passagem de proteínas do leite de vaca através leite materno. Aqui, os principais sintomas que vão nos alertar são principalmente: refluxo excessivo, baixo ganho de peso, diarreia persistente, cólica excessiva, sangramento nas fezes (que é o quadro mais comum).
Vejam, é importante salientar que a presença desses sintomas não quer dizer que com certeza esse bebê tem APLV. Existem muitas outras doenças que podem causar sintomas semelhantes. Além disso, esses sintomas podem ocorrer também com o processo natural de amadurecimento dos bebês, como é o caso das cólicas do recém-nascido. O que quero trazer aqui é que são sintomas que devem nos fazer pensar na possibilidade de uma APLV. Nessa forma de APLV, o mais comum é que os sintomas iniciem antes de 1 ano de idade (e podem iniciar bem precocemente por volta de 1 -2 meses de idade).
Existe uma manifestação bem específica desse tipo de APLV não IgE mediada que é chamada de FPIES (sigla em inglês que significa Síndrome de Enterocolite Induzida por Proteína Alimentar). A FPIES costuma acontecer quando o bebê mesmo já ingere proteínas do leite de alguma forma e os sintomas vão iniciar cerca de 4 a 8 horas após a ingestão. O bebê (ou a criança) apresenta então vários vômitos sucessivos, fica molinho, pálido e pode ter muita diarreia. Por vezes, o quadro é tão intenso que o bebê pode desidratar e até chegar a perder a consciência (“desmaiar”).
APLV do tipo misto
O terceiro tipo de APLV é a forma mista, que pode ocorrer em algumas doenças específicas que são a dermatite atópica (nesse caso agravada por uma APLV) e a esofagite eosinofílica (que, principalmente em crianças, pode ter relação com a ingesta de proteínas do leite de vaca).
Um esclarecimento interessante é que nenhum bebê nasce com APLV. O bebê pode ter uma predisposição genética para desenvolver a alergia, mas ela só vai iniciar a partir do contato desse bebê com as proteínas do leite de vaca (seja diretamente ou através do leite materno).
E por fim… Atenção! Se você suspeita que seu filho tenha alergia às proteínas do leite de vaca, procure seu pediatra de confiança ou mesmo um alergista pra que esse diagnóstico seja estabelecido e o tratamento adequado seja instituído. Evite fazer restrições alimentares sem um diagnóstico médico. Essas restrições podem trazer prejuízos nutricionais e por vezes até atrasar algum outro diagnóstico.
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