Amamentação após os 2 anos: por que continuar é a melhor escolha

Descubra os benefícios da amamentação após os 2 anos para a saúde e o bem-estar da criança e da mãe, sem prazos ou limitações.

A recomendação de órgãos oficiais, como a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), é clara: a amamentação deve ser mantida por pelo menos 2 anos como uma meta de saúde pública.

No entanto, é importante destacar que não existe um prazo ou data limite para continuar o aleitamento, sendo uma escolha que deve respeitar tanto a mãe quanto a criança. Por isso, a Amamentação após os 2 anos pode ser uma realidade sim

Amamentação após os 2 anos: um processo natural

Mesmo com a alta pressão social e o excesso de informações erradas que circulam, a amamentação além dos 2 anos é uma prática natural e saudável. Se a criança ainda está recebendo leite materno após essa idade e não há desejo de desmame por parte da mãe ou do filho, não há necessidade de interromper esse processo. Pelo contrário, a amamentação pode e deve continuar, desde que seja do desejo de ambos.

Caso a mãe deseje, é possível ajustar ou limitar a demanda de amamentação, adaptando-a às novas necessidades da criança e da família. Porém, se o processo de amamentação estiver tranquilo e satisfatório, não há necessidade de fazer qualquer ajuste. É fundamental que cada família siga seu ritmo e tome decisões baseadas em seu próprio bem-estar.

Benefícios incontáveis do leite materno

O leite materno é um alimento insubstituível e permanece sendo uma fonte rica de calorias, proteínas, cálcio, e vitaminas essenciais, como A, C e B12, mesmo após os primeiros anos de vida da criança. Uma das características mais impressionantes do leite materno é a sua capacidade de se modificar ao longo do tempo, adaptando suas propriedades para atender às necessidades nutricionais da criança em cada fase de seu desenvolvimento.

Mesmo para crianças que já comem alimentos sólidos e têm uma dieta variada, o leite materno continua oferecendo inúmeros benefícios. Ele não apenas nutre, mas também protege a criança contra diversas condições, como obesidade, diabetes, hipertensão e colesterol alto. Ao contrário das fórmulas e bebidas lácteas, cujo consumo exagerado pode contribuir para a obesidade e a seletividade alimentar, o leite materno auxilia na regulação do apetite e na aceitação de novos alimentos.

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Aspectos emocionais da amamentação após os 2 anos

Além dos benefícios nutricionais e de saúde física, a amamentação desempenha um papel crucial na regulação emocional da criança. O ato de amamentar pode ser um momento de conforto e segurança, ajudando a criança a se sentir mais tranquila e aberta para explorar novos alimentos. Este aspecto emocional é especialmente importante no tratamento de recusas ou seletividade alimentar, comum em muitas crianças.

Portanto, não há nada de errado em prolongar a amamentação. Não existe um limite superior de duração que seja considerado prejudicial à saúde da mãe ou da criança. A amamentação prolongada não interfere negativamente na aceitação alimentar, mas, pelo contrário, pode ser um aliado na introdução de uma dieta mais variada e equilibrada.

Buscando apoio para a continuidade da amamentação

Se você deseja continuar amamentando, é importante seguir com confiança e tranquilidade. Nada é “culpa do peito”. Se você está enfrentando novos desafios ou incertezas em relação à amamentação, é essencial buscar o apoio de profissionais qualificados que sejam apoiadores da amamentação. Esses profissionais podem oferecer orientações personalizadas e ajudar você a tomar as melhores decisões para o seu contexto familiar.

Confiar em si mesma e no vínculo com seu filho é o caminho para uma amamentação prolongada bem-sucedida e benéfica para ambos. A amamentação não tem prazo de validade, e seus benefícios continuam a se estender ao longo dos anos.

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Referências 

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Danielle Andrade | Nutricionista Materno Infantil

Sou formada em Nutrição desde 2011 (CRN3 - 34430) e sou especialista em nutrição materno infantil e comportamento alimentar desde 2015. Meu atendimento tem foco na disciplina positiva com respeito e empatia, quero mostrar aos cuidadores a importância de se entender o “porquê a criança não come”, indo além do alimento ou quantidade em questão.

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