Doce com a comida? 4 estratégias para lidar com os doces

Sirva o doce junto com a comida e mais 3 estratégias para lidar com os doces na alimentação infantil. Veja dicas práticas que promovem uma relação saudável com os alimentos.

Muitos pais se perguntam como lidar com os doces na alimentação dos filhos. Afinal, em algum momento, é inevitável que os doces façam parte da rotina alimentar das crianças, seja em festas, eventos especiais ou até em casa. Mas como equilibrar isso de forma saudável, sem causar problemas ou exageros? Esse é o grande desafio.

A realidade é que, às vezes, os doces são servidos sozinhos, seja como sobremesa ou lanche. Em outras ocasiões, eles podem ser incluídos em uma refeição, junto com outros alimentos. E, em alguns dias, simplesmente não há doces no cardápio, porque nem sempre é o momento para isso. Tudo isso faz parte da vida cotidiana, e essas variações podem ajudar a ensinar lições importantes para as crianças.

Ao proporcionar essas diferentes situações, estamos ajudando nossos filhos a desenvolver resiliência, paciência e até mesmo compromisso com a alimentação. O segredo está em como apresentar os doces e em criar um ambiente de confiança em relação à comida.

Agora, vamos ver quatro estratégias que podem ajudar você a lidar com os doces de forma equilibrada na alimentação do seu filho.

Estratégias para lidar com os doces

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1. Sirva os doces junto com uma refeição balanceada

Essa estratégia pode parecer um pouco contraintuitiva, mas ao servir os doces junto com outros alimentos em uma refeição completa, você tira a ideia de que doces são algo “especial” ou “proibido”. Isso ajuda a reduzir a obsessão das crianças por esses alimentos.

Ao incluir doces de maneira natural e equilibrada, você ensina seu filho a vê-los como parte da refeição e não como uma recompensa. Permitir que ele coma os alimentos na ordem que preferir também é importante. Muitas vezes, sim, a criança vai querer comer o doce primeiro, mas, com o tempo, isso pode mudar. O importante é que você, como pai ou mãe, tenha o controle sobre o que será servido e em que momento, sem criar pressão para que comam uma coisa para ganhar outra.

Esse tipo de abordagem torna os doces mais neutros e ajuda a diminuir o fascínio que eles costumam gerar.

2. Sirva os doces separadamente

Em algumas situações, é mais prático ou até necessário servir os doces sozinhos, seja antes ou depois de uma refeição. O que não é recomendado é condicionar o doce ao fato de a criança comer todo o prato principal. Isso pode gerar uma relação não saudável com a comida, onde o doce vira uma “moeda de troca”.

Decida antecipadamente se vai ou não oferecer mais doces caso a criança peça. O importante é que o doce não se torne uma barganha ou um prêmio por comer a comida “de verdade”. Essa abordagem evita que os doces ganhem ainda mais destaque na mente da criança.

Leia também: Doces após os 2 anos, como lidar?

3. Permita, ocasionalmente, quantidades ilimitadas

Parece arriscado, certo? No entanto, ocasionalmente permitir que a criança coma doces à vontade pode ser uma boa estratégia para ajudar na autorregulação. Ao fazer isso, você cria um espaço em que os doces não são vistos como algo proibido ou raro, diminuindo a ansiedade ou a fixação exagerada por eles.

Claro, isso não deve acontecer todos os dias, mas pode ser útil em momentos específicos, como festas, feriados ou até mesmo quando perceber que seu filho está muito fixado em um tipo de doce. Durante esses momentos, evite ficar vigiando ou controlando quanto a criança come, pois isso pode aumentar a atenção sobre o doce e levar ao efeito contrário do desejado. Com o tempo, ela aprenderá a se equilibrar e comer doces de forma mais tranquila e sem excessos.

4. Quando dizer “Agora não”

Dizer simplesmente “não” quando a criança pede um doce pode ser um tiro pela culatra, especialmente se isso for feito repetidamente. Ao invés de negar de forma absoluta, experimente dizer algo como “agora não, mas podemos comer isso mais tarde” ou “vamos guardar para outro momento”. Isso ajuda a evitar a mentalidade de escassez, onde a criança sente que nunca terá a oportunidade de comer o que deseja.

Se você optar por essa abordagem, lembre-se de cumprir o que foi prometido. Se você disser que o doce será servido mais tarde, realmente faça isso. Isso cria um ambiente de confiança e ajuda a criança a entender que, embora nem sempre seja o momento certo para doces, eles não estão completamente fora de alcance.

Aprenda a lidar com os doces de forma equilibrada

No fim das contas, o importante é encontrar um equilíbrio que funcione para sua família. Cada casa tem suas próprias práticas e valores em relação aos doces, e o que funciona para uma família pode não ser o ideal para outra. A chave é não demonizar os doces, mas também não deixá-los ser consumidos em excesso.

Não se esqueça de seu papel na alimentação: 

  1. Você decide quando e qual alimento será servido.
  2. As crianças decidem: se comem, quanto comem, em que ordem comem.

Apresentando todos os alimentos de forma neutra e sem hierarquia, as crianças aprendem a confiar em seus corpos e a desenvolver uma relação saudável com a comida. Quando os doces não são o centro das atenções, eles deixam de ser motivo de ansiedade e passam a ser apenas mais um alimento, que pode ser apreciado de forma equilibrada.

Com essas estratégias, você pode criar uma base sólida para que seus filhos cresçam com uma relação saudável e tranquila com os alimentos. Quer mais dicas e orientações sobre como melhorar a alimentação do seu filho? Baixe o aplicativo Garfinho aqui e leia nossos guias exclusivos!

Com essas dicas, você estará preparado para lidar com os doces de uma forma mais equilibrada e tranquila. O importante é sempre buscar o meio-termo, criando um ambiente onde os alimentos, inclusive os doces, possam ser apreciados de forma saudável e consciente.

Jessica Sanguedo | Nutricionista

Sou nutricionista (CRN4 - 20102053), internacionalista e mãe de um bebê que é meu maior caso de sucesso com BLW! Também sou pós-graduada em nutrição clínica pela UFRJ, com cursos de seletividade alimentar e nutrição infantil. Realmente acredito que a nutrição muda vidas!

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