
Tudo sobre cocô do bebê: cor, textura, frequência, constipação, diarreia e como cuidar da saúde intestinal com segurança.
O cocô do bebê diz muito sobre a saúde e o bem-estar dos pequenos. Pode parecer exagero, mas observar com atenção a cor, o cheiro, a consistência e a frequência das fezes é uma das formas mais eficazes de acompanhar o desenvolvimento e detectar possíveis sinais de alerta — principalmente nos primeiros meses de vida e durante a introdução alimentar.
Neste guia prático, você vai entender:
- O que esperar do cocô do bebê antes e depois dos 6 meses
- Como identificar constipação, diarreia e sinais de alergia
- Dicas seguras para ajudar seu filho a evacuar
- Quando buscar ajuda médica
- E como a alimentação e hidratação influenciam tudo isso
Este conteúdo foi extraído do aplicativo BLW Brasil e adaptado para você que busca informações confiáveis e com linguagem simples sobre o universo da introdução alimentar e do desenvolvimento infantil. Ao final, indicamos onde continuar a leitura com ainda mais dicas exclusivas no app. Clique aqui para baixar!
Cocô do bebê antes dos 6 meses
Bebês em aleitamento materno exclusivo
No primeiro mês de vida, o esperado é que o bebê evacue pelo menos uma vez ao dia. Se isso não acontecer, pode ser necessário avaliar como está a amamentação. Nestes casos, é importante buscar apoio com uma consultora de amamentação, odontopediatra ou pediatra.
Entre os 2 e 6 meses, o padrão pode variar muito. Alguns bebês evacuam várias vezes ao dia, normalmente após cada mamada, enquanto outros podem ficar até 10 dias sem fazer cocô — o que, em aleitamento materno exclusivo, ainda é considerado normal. O leite materno é altamente aproveitado pelo organismo e gera menos resíduos.
A aparência das fezes também varia: podem ter tons amarelados ou esverdeados, conter pequenos pontinhos (parecendo sementes) e ter uma consistência líquida, lembrando uma diarreia leve, mas sem ser motivo de preocupação.
Bebês em uso exclusivo de fórmula
Bebês que recebem apenas fórmula costumam evacuar com menos frequência, muitas vezes em dias alternados. A cor pode variar do amarelo ao verde-amarronzado e a textura tende a ser mais firme, parecida com manteiga de amendoim. Já os bebês que consomem fórmula e leite materno apresentam uma mistura dessas características.

Alterações no cocô: sangue, muco e reação a vacinas
Se o bebê estiver bem disposto, com peso adequado, urina clara, sem barriga endurecida ou choro constante, é sinal de que está tudo dentro do esperado, mesmo com evacuações menos frequentes.
Por outro lado, é importante observar:
- Cocô com muco, que parece catarro – isoladamente, não é motivo de alarme.
- Cocô com sangue vivo, associado a assaduras frequentes e irritabilidade constante, pode indicar alergia à proteína do leite de vaca (APLV), especialmente se vier acompanhado de baixo ganho de peso.
- Diarreia e sangue nas fezes após a vacinação, principalmente a vacina de rotavírus (aplicada aos 2 e 4 meses), que pode causar essas alterações até 42 dias após a aplicação.
Em todos esses casos, procure orientação médica e evite tirar conclusões precipitadas. Lembre-se de que as vacinas são essenciais e protegem contra doenças graves.
Consulte o Calendário Nacional de Vacinação para acompanhar as vacinas recomendadas para cada fase do bebê³.
Higiene natural
A higiene natural é uma prática que busca respeitar os sinais de eliminação do bebê e oferecer suporte para que ele evacue com o bumbum livre, em posição de agachamento — considerada a mais fisiológica para o intestino funcionar bem.
Ela é muito comum em culturas da Ásia, África e entre povos originários da América. O cuidador pode apoiar o bebê no colo, com as costas sustentadas, observando sinais como esforço, rosto avermelhado, agitação e grunhidos.
A prática promove conexão e autonomia, alinhada com os princípios do BLW. E sim, dá pra começar desde cedo!
Cocô do bebê depois dos 6 meses e durante a introdução alimentar
Mudança no padrão do cocô
Com a introdução alimentar, tudo muda: cor, cheiro, textura e frequência das evacuações. O cheiro, antes mais suave, se intensifica — prepare-se para cocôs mais “reais” depois daquele primeiro pedacinho de mamão ou feijão.
A textura passa a ser mais pastosa, sem formato definido, e a cor pode variar bastante conforme o alimento ingerido: beterraba e pitaya deixam as fezes avermelhadas, kiwi pode deixá-las esverdeadas, e alimentos como milho ou cascas de tomate podem sair praticamente inteiros.
Nos primeiros meses, é comum ver pedaços de alimentos nas fezes. Isso vai diminuindo conforme o bebê melhora a mastigação, o que costuma ocorrer por volta dos 9 meses a 1 ano.
Gráfico de fezes de Bristol
Essa ferramenta ajuda a identificar alterações como constipação ou diarreia. As imagens ajudam a visualizar se o cocô do bebê está dentro do padrão esperado.

Importante: o gráfico é um guia, não um diagnóstico. Mudanças frequentes ou dúvidas devem ser levadas ao pediatra.
Constipação
A constipação é comum no início da introdução alimentar. O intestino precisa de tempo para se adaptar às novas texturas e alimentos.
Sinais comuns:
- Mais de dois dias sem evacuar
- Esforço visível na hora de evacuar
- Fezes duras, em bolinhas
- Fissuras anais com sangue
- Desconforto, distensão abdominal e excesso de gases⁵
Evite o uso de supositórios e laxantes sem orientação. Existem formas mais seguras e naturais de ajudar:
Dicas para ajudar seu filho a evacuar
1. Hidratação
Ofereça água várias vezes ao dia. A temperatura pode influenciar: fresca, ambiente ou geladinha, veja o que o bebê prefere. O importante é criar o hábito. Chás e sucos não devem ser oferecidos antes de 1 ano.
2. Movimentação
- Tummy Time (tempo de bruços com supervisão) ajuda na função intestinal.
- Massagem abdominal no sentido horário pode aliviar o desconforto.
- Bicicletinha com as pernas do bebê também é eficaz.
- Higiene natural, como já explicamos, é um ótimo complemento.
3. Ajustes na alimentação
- Finalize os pratos com um fio de azeite extra virgem
- Inclua abacate e frutas com bagaço como laranja e mexerica
- Ofereça água de ameixa (ameixas secas amassadas com água)
- Faça mix de frutas digestivas: ameixa, mamão e laranja
- Geleia de quiabo pode ajudar a regular o intestino
Se o bebê continuar constipado mesmo após essas ações, é hora de buscar avaliação médica.
Diarreia
A diarreia é definida como três ou mais evacuações líquidas ou amolecidas nas últimas 24h⁶⁷. Ela pode ser:
- Leve: 3 a 5 vezes/dia
- Moderada: 6 a 9 vezes/dia
- Grave: 10 ou mais vezes/dia⁸
Ela é uma defesa do corpo contra agentes como vírus e bactérias. Não tente “cortar” a diarreia com remédios caseiros ou receitas milagrosas. O ideal é manter a alimentação e hidratar bastante.
Alimentos que podem ajudar:
- Cenoura, batata, arroz, banana, maçã, pera, pão
- Leite materno, fórmula, iogurte natural e queijos brancos (menos lactose)⁹
Evite bebidas açucaradas e sucos. Observe a tolerância do bebê e vá reintroduzindo os alimentos aos poucos, conforme ele aceita.
Desidratação
A maior preocupação nos quadros de diarreia é a desidratação. Fique atento(a):
- Bebês menores de 6 meses: só leite materno ou fórmula
- Bebês acima de 6 meses: leite + água + soro de reidratação oral (de farmácia ou caseiro⁶)
- Acima de 1 ano: também pode incluir água de coco
Evite sucos e bebidas esportivas, que podem piorar a diarreia. Se o bebê não aceitar líquidos ou apresentar sinais de desidratação (boca seca, pouca urina, moleza), procure o pronto-socorro¹⁰.
E o que vem depois?
Entender o cocô do bebê é essencial, mas ainda tem muito mais que você pode aprender para acompanhar de perto a saúde intestinal do seu filho:
- Tipos de fibras (solúveis e insolúveis)
- Relação entre fibras e hidratação
- Alimentos que soltam e que prendem o intestino
- Quando se preocupar com alergias ou intolerâncias
- Dicas práticas de cardápios com efeito laxativo ou constipante
Tudo isso você encontra no app BLW Brasil!
Lá você acessa guias completos sobre cocô do bebê, introdução alimentar com autonomia, planejamento de refeições, filtro de alimentos por textura e efeito digestivo, além de conteúdos validados por profissionais da saúde.
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Referências
- LEONETTI, S. U. M.; SANTOS, C. A. V. Comunicação de eliminação: revisão de literatura e um potencial campo de atuação do terapeuta ocupacional. 2020.
- VACINA CONTRA ROTAVÍRUS. Revista de Saúde Pública, SciELO Brasil. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsp/a/h8hKQJ3MxTPfhKjXPGtxctf/.
- BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário Nacional de Vacinação. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/vacinacao/calendario.
- Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional. DOI: 10.47222/2526-3544.rbto41676.
- MERCK MANUAL. A constipação nas crianças. https://www.msdmanuals.com/pt/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/sintomas-em-beb%C3%AAs-e-crian%C3%A7as/a-constipa%C3%A7%C3%A3o-nas-crian%C3%A7as
- SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Guia prático de diarreia aguda.
- MERCK MANUAL. A diarreia nas crianças.
- AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS. Symptom Viewer: Diarrhea.
- GASTROINTESTINAL SOCIETY. Foods that are better tolerated for firming up the stool in the case of diarrhea.
- INTERNATIONAL BABY CARE. The sick baby. https://ibconline.ca/the-sick-baby2-port/
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