Abordagem BLW na prática: 4 coisas que você precisa saber

Primeiro de tudo, parabéns por ter escolhido a abordagem BLW como forma de fazer a introdução alimentar do seu bebê! Este post é um pequeno guia de BLW para iniciantes, mas conheça nosso aplicativo BLW Brasil. Lá você encontra absolutamente toda informação de que precisa para iniciar com segurança. Se ainda não baixou, ele está bem aqui te esperando.

Quando iniciar a abordagem BLW?

Então vamos lá. A primeira coisa que você deve fazer para começar a abordagem BLW é um checklist dos sinais de prontidão. Nesse post aqui falamos quais são eles. Os sinais de prontidão são a luz verde para iniciar a introdução alimentar. Se seu bebê não tiver todos, espere mais um pouquinho, não há problema nenhum. Até 1 ano de idade o leite (materno ou fórmula) é o principal alimento do bebê. Por isso não precisa ter pressa.

Recomendações gerais para a abordagem BLW

Sinais de prontidão identificados, e agora? Aqui vão algumas recomendações gerais super importantes sobre a abordagem BLW:

1. Queremos que o momento da refeição seja leve e agradável

Para ser uma experiência positiva, o bebê deve estar feliz e tranquilo. Se ele estiver com sono, deixe-o dormir. Cheque se é preciso trocar as fraldas e o mais importante: não o deixe sentir fome. Um bebê com fome fica super irritado. Ele ainda não faz ideia de que aquele objeto serve para alimentar (e vai levar um tempinho até ele entender).

A introdução alimentar é sobre conhecer, aprender, sentir os alimentos. Ele será nutrido até 1 ano pelo leite (materno ou fórmula), então não se preocupe. Se ele quiser mamar antes, durante ou depois da refeição, assim deve ser.

2. O bebê precisa conseguir se manter sentado em posição vertical por alguns segundos

Sim, isso é mega importante! Por isso, um dos sinais de prontidão é que ele já consiga ficar sentado sozinho. Aqueles cadeirões de alimentação ajudam muito, mas se não tiver, não tem problema. Ele pode ficar no chão ou até no colo, mas jamais inclinado ou deitado.

Não use cadeirinhas de descanso, nem bebê conforto, carrinhos. Nessa posição fica mais difícil manipular o alimento na boca e aumenta muito o risco de engasgo!

3. Os bebês aprendem tudo pelo exemplo. Use isso ao seu favor!

Coma junto, de preferência a mesma comida, demonstre como se faz. Mostre como pegar, levar à boca, o movimento de mastigação… inclusive pode fazer de forma bem exagerada, faça sons, mexa bem a boca para atrair a atenção do bebê. O exemplo é uma forma poderosa de ensinar!

4. Sempre e somente dê alimentos saudáveis no tamanho, corte e textura adequados

Os alimentos precisam ser macios o suficiente para que as gengivas consigam amassar. Um teste legal para verificar a textura: se você conseguir amassar com a língua contra o céu da boca, está no ponto para seu bebê.

Apesar de não parecer, os bebês conseguem mastigar mesmo sem dentes nascidos. Eles conseguem morder e amassar porque toda a gengiva reveste os dentes. Deixe o bebê explorar como quiser, e escolher o que ele quer levar à boca para experimentar. Ele não necessariamente vai comer, então apenas relaxe! ☺

Sobre o medo do engasgo

Okay, agora você já sabe os princípios básicos, vamos para o monstro assustador: o medo do engasgo. Antes de tudo, saiba que seu medo é válido porque você se preocupa com a integridade do seu bebê. Mas entenda que o medo não pode te paralisar e você precisa saber como minimizá-lo. Portanto, o conhecimento é o nosso maior aliado nessa jornada.

Algo muito importante para você saber é: não, no BLW não há maior risco de engasgo e há evidências científicas disso. O “risco” é, comprovadamente, o mesmo nas papinhas. Na verdade, como o bebê é 100% protagonista no BLW, é ainda menos provável que aconteça. O recordista de engasgo em bebês é – pasmem – o leite.

Infelizmente há muitos relatos de crianças que engasgaram mamando, mesmo recém-nascidas. Mesmo sabendo disso, eu entendo que ainda exista o receio, afinal, estamos falando do seu bem mais precioso aqui. Mas não se preocupe, vamos te ajudar a vencer esse medo e seguir com total segurança

O reflexo de GAG

Você já ouviu falar no reflexo de GAG? Ele é um mecanismo natural, todo mundo já nasce com ele. O GAG serve justamente para prevenir engasgos. Vamos lá: você já sabe que é importante oferecer os alimentos macios, deixar o bebê ter total controle (não coloque os alimentos dentro da boca dele) e mantê-lo sentado verticalmente.

Se por acaso passar um pedaço de comida não autorizado para a garganta, o GAG entra em ação imediatamente. O pedaço será expulso da zona de perigo e o bebê cuspirá ou tentará mastigar mais. Incrível, não é? Como o GAG é um movimento de expulsão, pode ocorrer vômito, o bebê ficar vermelho ou tossir. É perfeitamente normal, com o passar do tempo a frequência diminui.

Ah! Você deve conhecer bem a diferença entre GAG e engasgo para não interferir inadequadamente. No GAG o corpo do bebê dá conta sozinho, ele não tem as vias respiratórias obstruídas. Jamais coloque o dedo ou outro objeto para tentar tirar o pedaço em questão. Isso pode acabar empurrando-o para a garganta, é perigoso.

Confie que o corpinho do seu bebê sabe o que está fazendo. No engasgo, o rosto fica roxo e a respiração é interrompida, por isso precisa de intervenção imediata com a manobra de Heimlich.

É legal saber que o GAG é algo nosso, todos temos e sempre teremos. Quando adultos, nosso reflexo é ativado lá no fundo da garganta. Se um objeto, uma escova de dentes, por exemplo, encosta no fundo da nossa garganta, o corpo reage como uma ânsia, não é mesmo? Esse é o GAG. Nos bebês esse mecanismo é ativado ainda no meio da língua, justamente como uma proteção contra o engasgo. Não é maravilhoso?

No aplicativo BLW Brasil temos uma seção dedicada somente para o reflexo de gag, leia com atenção! Se você ainda não tem, clique aqui para baixar!

Como iniciar a abordagem BLW na prática

E então, como começar a abordagem BLW na prática? Agora vamos nos aprofundar um pouquinho mais nos procedimentos. Primeira coisa: se seu bebê for usar o cadeirão, verifique a altura da bandeja. Ela precisa estar abaixo do peito para que ele se movimente livremente, ok?

Bebê a postos. Hora da comida?

O que oferecer

Primeiro, nunca esqueça de que a introdução alimentar não é para encher a barriga do bebê. Pode ser que ele nem coma. Aqui você vai escolher um alimento e preparar no corte e textura corretos. Tanto faz se será fruta, vegetal, ou proteína, não existe um padrão.

Aqui no Brasil é bem comum começar com uma fruta, mas é apenas uma convenção, não regra absoluta. Nesse início também não tem problema ser uma refeição ou duas. Faça gradualmente, não é preciso ter pressa. Evite oferecer alimentos novos à noite para poder monitorar adequadamente uma possível reação alérgica (não deixe de consultar a parte de alergias do app).

Como oferecer

Tendo escolhido o momento do dia, converse com o seu bebê avisando o que irão fazer. Faça o checklist mostrado lá em cima. Ponha o bebê onde ele fará a refeição e dê o(s) alimento(s). Não use pratos nesse momento para não distraí-lo. Sirva pouca comida por vez e nomeie cada coisa. Deixe-o explorar e lembre-se de ir mostrando a ele como se faz. Só pra lembrar: verifique os cortes e textura. Se tiver dúvidas, confira no aplicativo os cortes adequados de cada alimento.

Limpeza e finalização 

Se quiser reduzir a sujeira, você pode usar um babador de silicone com coletor, capas impermeáveis e tapetes exclusivos no chão. Qualquer pedaço que cair no tapete ou babador pode voltar para a mesa. Em determinado momento, o bebê vai começar a mostrar sinais de que não quer mais. Ele pode tentar empurrar a comida, limpar com a mão, ou apenas perder o interesse.

Com o tempo você aprenderá a reconhecer os sinais do seu bebê. Neste momento, não force e nem pegue nada para colocar na boca dele. É importante que você controle as expectativas, não esqueça que a quantidade quem define é ele. Sua responsabilidade é pela qualidade da comida. O bebê não quer mais? Tire-o de onde ele estiver, dê um banhozinho (ou apenas limpe) e pronto! BLW iniciado com sucesso.

Como você pode ver, não há nenhum bicho de sete cabeças. Não há bicho nenhum, na verdade. O BLW é apenas abraçar os processos naturais do bebê e deixá-los fluir. Entender e respeitar as necessidades e interesses. Nada de distrações para que o bebê “coma mais”. Confie no seu bebê, ele sabe se regular inconscientemente e qualquer interferência nesse sentido tem impactos na vida inteira. Esse pode e deve ser uma experiência feliz para todos, principalmente para ele. Vai dar tudo certo. ☺

Para conhecer mais, ver os cortes adequados e outras dicas incríveis, só no nosso app BLW Brasil. Clique aqui para baixar e testar por 14 dias gratuitos!

Imagem de capa: @andressareiis

Tem alguma dúvida sobre como começar a abordagem BLW? Deixe nos comentários!

Danielle Andrade | Nutricionista Materno Infantil

Sou formada em Nutrição desde 2011 (CRN3 - 34430) e sou especialista em nutrição materno infantil e comportamento alimentar desde 2015. Meu atendimento tem foco na disciplina positiva com respeito e empatia, quero mostrar aos cuidadores a importância de se entender o “porquê a criança não come”, indo além do alimento ou quantidade em questão.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Aperte X para sair