Comer intuitivo e o prazer em comer: como transformar essa relação

Saiba como o comer intuitivo pode transformar sua relação com a comida e trazer bem-estar. Conheça os benefícios e comece já!

O intuitive eating ou o comer intuitivo reforça a importância de se respeitar os sinais internos de fome, saciedade e prazer (sinais estes que existem desde o nascimento, mas que, infelizmente, são diminuídos com o passar dos anos), e apresenta 3 bases de sintonia: a comida, a mente e o corpo.

Esta prática é uma ferramenta muito valiosa, porque é uma alternativa que realmente funciona para assumir o lugar de dietas tradicionais, que não são efetivas. As pessoas são orientadas a confiarem em seu próprio corpo e a seguirem sua intuição ao comer, ou seja, é uma ferramenta para se comer melhor, através das escolhas e necessidades de cada indivíduo.

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Regras fundamentais para praticar o comer intuitivo

  1. Permissão incondicional para comer;
  2. Comer para atender às necessidades fisiológicas e não emocionais.
  3. Observar os sinais de fome e saciedade para determinar o quê, quanto e quando comer.

Atualmente, devido aos compromissos, muitas vezes acabamos contrariando as necessidades e os sinais básicos do corpo, onde deixamos de prestar atenção neles para fazermos outras atividades da nossa rotina. Nisso, os sinais, em especial os de fome e saciedade, são cada vez mais deixados de lado e, cada vez que os ignoramos, nos ‘desconectamos’ mais do nosso corpo.

Com essa negligência, deixamos de perceber quando estamos com fome e quando estamos satisfeitos, ou seja, nos esquecemos de como interpretar esses sinais e, em consequência, deixamos de confiar em nosso corpo e passamos a comer de mais ou de menos.

O comer intuitivo apresenta uma série de benefícios

  • Redução dos fatores de risco para transtornos alimentares e menores crises de compulsões;
  • Menor prática de dietas restritivas;
  • As pessoas deixam de focar em seu peso e tipo físico e mesmo assim apresentam menor Índice de Massa Corporal (IMC);
  • Aumento no prazer em comer e na sensação de bem-estar;
  • Menor ansiedade em relação à comida;
  • Menores níveis de triglicérides (fração do colesterol);
  • Menor risco para doenças cardíacas.

Como nos relacionamos com a comida interfere tanto em nossa saúde (e, feliz ou infelizmente, na balança!) quanto com o de fato comemos. Não temos dúvidas de que é importante conhecer a qualidade dos alimentos que comemos, mas quando focamos apenas em calorias ou em algum nutriente específico, esquecemos de apreciar o alimento por si só e isso tende a se tornar um problema. Novamente, porque não respeitamos os sinais que nosso corpo emite: fome, saciedade e prazer.

Você deve estar se perguntando: “Nossa, mas se com o passar dos anos e a correria do dia a dia perdemos esses sinais, como vou conseguir praticar isso?”, não é? E, sem pesar, lhe respondo: “Em nossa vida conseguimos mudar nossas atitudes e nesse caso, a primeira coisa que você deve fazer é REJEITAR a mentalidade de dieta! Isso porque dietas não são eficazes e desregulam as funções de fome, apetite e saciedade, causam ganho de peso e aumentam as chances de exagerar e ter compulsões alimentares!”.

Depois disto, devemos então, de forma simples e gradativa (não há uma ordem certa a seguir, mas costumamos fazer ou pelo item que achar mais fácil ou até mesmo começar pelo item que achar mais difícil) ter sentimentos e atitudes que diferenciam uma pessoa com mentalidade de dietas de um comedor intuitivo.

Visando à mudança de comportamentos, devemos trocar a rigidez pela flexibilidade, o comer inconscientemente pelo comer conscientemente, a culpa e privação pelo prazer e satisfação, o medo pela confiança e o julgamento pela aceitação. Devemos ver a alimentação de forma harmônica, não controladora e fonte, além de energia e nutrientes, de bem-estar físico e mental.

Quando trabalhamos com a reeducação alimentar, devemos sempre reforçar a importância da busca pelo autoconhecimento com relação aos seus sinais de fome e saciedade, além de incentivar a prática das refeições em locais calmos, podendo assim saborear e sentir os alimentos. Tudo isso para o comer deixar de ser algo automático e baseado apenas pela influência do ambiente e se tornar uma atitude voluntária para uma alimentação gostosa, saudável, prazerosa e, principalmente, sem culpa!

Agora, queremos saber de você: já abriu mão da mentalidade de dieta? Já conseguiu comer sem sentir culpa? Conseguiu ouvir e respeitar os sinais internos do corpo? Compartilhe conosco sua história e ajude outras pessoas a dizerem “não” às dietas e “sim” ao comer intuitivo!

Imagem de capa: Canva

Danielle Andrade | Nutricionista Materno Infantil

Sou formada em Nutrição desde 2011 (CRN3 - 34430) e sou especialista em nutrição materno infantil e comportamento alimentar desde 2015. Meu atendimento tem foco na disciplina positiva com respeito e empatia, quero mostrar aos cuidadores a importância de se entender o “porquê a criança não come”, indo além do alimento ou quantidade em questão.

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