Como oferecer os alimentos no BLW?

Antes de mostrar como oferecer os alimentos no BLW, vale reforçar que temos no aplicativo BLW Brasil uma seção chamada Alimentos. Lá você vai encontrar uma série de fotos e vídeos mostrando como cortar e preparar cada um deles.

Por isso, sempre que for preparar um alimento pela primeira vez, vale fazer uma consulta por lá. Mas antes de começar, existem algumas regras básicas que você precisa saber:

Como oferecer os alimentos no BLW

O alimento deve ser pego com facilidade

Os bebês com 6 meses costumam pegar os objetos com a palma da mão sem soltar, pois é uma fase de desenvolvimento em que eles já têm esse reflexo¹.

Então o alimento deve:

  • Caber no punho fechado do bebê
  • Deixar as pontas um pouco para fora da mãozinha fechada, como um palito. 
  • Ser cortado mais ou menos do tamanho do dedo indicador de um adulto. Você pode deixar um pouco mais gordinho para que o bebê use as duas mãos, como um quibe ou uma fatia triangular de melancia.

Qualquer alimento menor que isso — como uma uva, por exemplo — pode ser oferecido por volta dos 9 meses, no corte seguro para evitar o engasgo, que é quando o bebê já deve ter desenvolvido o movimento de pinça.

Como oferecer os alimentos no BLW - Dicas

Não tem problema se ele colocar um volume grande de comida dentro da boca. Quando for grande demais, ele vai mastigar e engolir ou vai colocar pra fora. Se isso te preocupa, não deixe de ler a sessão do app que fala tudo sobre gag e engasgo.

É preciso também ter um cuidado especial para oferecer alimentos escorregadios como abacate, mamão e manga. Nesses casos, você pode deixar uma parte da casca. Só lembre de sempre lavar bem.

Quantidade de alimento

Acredite: bebês comem menos do que a gente imaginaria, mas o suficiente para eles naquele momento. Eles possuem senso de auto regulação natural da saciedade que é proporcional à sua capacidade gástrica. Então, ao saber como oferecer os alimentos, mantenha isso em mente.

Como oferecer os alimentos - Quantidade

Ou seja, colocar ‘só um pouco a menos’ do que você colocaria no seu próprio prato pode deixar o bebê cada vez mais desconfortável com a situação.

Na dúvida, ofereça por demanda: coloque 1 colher de sobremesa (sim, é o tamanho da colher intermediária mesmo) ou entre 1 e 2 pedaços de cada alimento e, à medida que o bebê explorar e comer, você pode colocar mais um pouco.

Colocar essa quantidade no pratinho é apenas para te guiar durante a refeição, não significa que ele irá comer tudo e está tudo bem.

E lembre-se: o objetivo da etapa e saber como oferecer os alimentos é expor seu bebê a uma variedade de gostos e texturas e não de encher a barriga com comida, já que o leite (materno ou fórmula) segue sendo o alimento principal até o primeiro ano e que o aporte calórico e nutricional ainda não vem da comida.

Prepare os alimentos facilitando a mastigação

Nessa fase, todos os alimentos devem ser macios e firmes, pois geralmente os bebês ainda não têm os dentes expostos. Eles estão embaixo da gengiva, inclusive é por isso que ela é bem dura.

A mandíbula é forte o suficiente para amassar os pedaços de comida, se estiver preparado de forma adequada.

Normalmente basta cozinhar na água, vapor ou forno. O mesmo vale para os alimentos mais duros, como a maioria dos vegetais.

Ponto ideal

Tente não deixar que fique muito mole, já que o bebê ainda não tem muito controle da força nas mãos. É comum que o bebê acabe amassando os alimentos mais moles antes de conseguir levar à boca.

É uma questão de buscar o meio-termo. A textura deve ser macia e firme ao mesmo tempo, como uma banana.

A melhor dica para saber se o tempo de cozimento está adequado e os alimentos já estão macios é pensar em quando vamos cozinhar um legume para fazer um purê: ao colocarmos o garfo no alimento, ele precisa entrar com facilidade, mas não despedaçar. 

Ofereça sempre alimentos variados

Não se preocupe em incluir os 5 grupos alimentares em todas as refeições. Apenas tente oferecer uma boa variedade ao longo do dia.

Cabe a você decidir se deseja começar com frutas ou legumes. Não é obrigatório começar com frutas.

Em alguns países, existe a recomendação de se priorizar alimentos ricos em ferro como os primeiros que o bebê irá provar. No entanto, no Brasil existe a suplementação preventiva a partir dos 3 ou 6 meses de idade. Se seu bebê não faz a suplementação, converse com seu pediatra.

Componha o almoço / jantar com:

  • Frutas ou vegetais
  • 1 alimento energético
  • 1 alimento rico em proteína (animal ou vegetal)

Na tabela abaixo, temos uma variedade de opções que você pode oferecer ao seu bebê:

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A comida do bebê é a mesma da casa. Basta adaptar!

No BLW os bebês podem compartilhar da mesma comida da família desde que seja apropriada para a idade. Ela só precisa ser adaptada para o formato e textura ideais para o bebê. Oferecer a mesma comida que a sua, faz com que o bebê se sinta fazendo realmente parte do momento da refeição.

É incrível como as famílias se reconectam com os alimentos e passam a comer muito melhor depois de começar o BLW.

E ainda tem a praticidade de não precisar fazer uma comida para o bebê totalmente à parte do previsto para o resto da família.

Quer saber como oferecer cada alimento e como temperar da forma ideal? Baixe o aplicativo BLW Brasil gratuitamente, disponível para Android e IOS e leia o conteúdo na íntegra!

Referências

1. Futagi, Y., Toribe, Y., and Suzuki, Y. (2012). The grasp reflex and moro reflex in infants: hierarchy of primitive reflex responses. International Journal of Pediatrics, 2012.

2. Daniels, L., Heath, A. M., Williams, S.M. et al. (2015). Baby led introduction to solids (BLISS) study: a randomized controlled trial of a baby-led approach to complementary feeding. BMC Pediatrics 12(15), 179.

Tem dúvidas sobre como oferecer os alimentos no BLW? Deixe nos comentários!

Danielle Andrade | Nutricionista Materno Infantil

Sou formada em Nutrição desde 2011 (CRN3 - 34430) e sou especialista em nutrição materno infantil e comportamento alimentar desde 2015. Meu atendimento tem foco na disciplina positiva com respeito e empatia, quero mostrar aos cuidadores a importância de se entender o “porquê a criança não come”, indo além do alimento ou quantidade em questão.

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