Porque você deve ensinar Libras para bebês (também) ouvintes

No dia 23 de setembro é comemorado o dia Internacional das Línguas de Sinais, que são extremamente importantes para a interação entre a comunidade não-ouvinte. No entanto, você sabia que as Libras também podem facilitar a comunicação com bebês ouvintes, mesmo antes de começarem a falar? Leia este artigo até o final e comece a colocar em prática desde já!

Por que ensinar libras ao meu filho?

Antes mesmo de começarem a falar, os bebês usam gestos para se comunicar. Utilizar a Língua Brasileira de Sinais, ou Libras, para atender aos desejos dos filhos é uma estratégia interessante que alguns pais têm adotado.

A Libras pode fortalecer o vínculo entre cuidadores e crianças. Um dos motivos é que elas se sentem compreendidas, desenvolvendo uma autoestima mais saudável e confiança maior em relação aos outros.

Também, sabe-se que adquirir mais de uma língua facilita o aprendizado, contribui para o desenvolvimento em tarefas cognitivas, e atrasa o início da demência e dos sintomas do Alzheimer.

Além disso, promove um ambiente mais inclusivo e empático com as diferenças desde a infância. Imagine com quantas pessoas, que fazem o uso de LIBRAS, você e seu filho poderão interagir a partir disso!

Quando ensinar libras para o bebê?

Para obter todos os benefícios dessa prática, o ideal é introduzir a Libras antes do início da fala, mas é possível ensiná-la desde o nascimento.

Nunca é tarde para começar, mas uma criança dos 0 aos 5 anos vive uma nova língua, através apenas do contato frequente. Enquanto que, a partir dos 5 anos, ela precisará de mais estímulos, materiais, estudo e dedicação para aprender.

Como aprender?

Antes de ensinar, você precisará aprender! Mas não se preocupe, não é necessário ser fluente em Libras para ensinar seu filho. Vocês aprenderão juntos! Basta praticar os sinais por poucos minutos antes de apresentar a ele. Use vídeos, tutoriais online, livros, e-books, cursos e aplicativos, como o Hand Talk.

Aqui são apenas sugestões, você poderá verificar o que cabe no seu orçamento (vários deles são totalmente gratuitos), na sua rotina e nas suas preferências. Aprender a Língua Brasileira de Sinais é um processo gradual. Seja paciente com você mesmo: um sinal de cada vez.

Como ensinar?

Crianças são “esponjinhas” que absorvem tudo que acontece ao redor de forma muito natural. Só há uma forma de ensiná-las: fazendo os sinais. Dessa forma:

  1. Comece com sinais simples e que correspondam às necessidades básicas do bebê;
  2. Faça o sinal enquanto fala a palavra correspondente;
  3. Repita várias vezes durante o dia, enquanto as atividades da rotina são realizadas.

Lembre-se de que o objetivo principal é facilitar a compreensão entre você e o bebê, mas saiba que isso não fará os choros cessarem. Enquanto bebês, o choro ainda é a principal forma de comunicação. O importante é criar um ambiente de aprendizado positivo e estimulante.

Os primeiros sinais de Libras

Para que você não fique perdido em como começar, aqui está uma lista dos primeiros sinais que você pode usar:

  • Mamãe/Papai/apelidos dos cuidadores principais
  • Leite/mamá
  • Xixi
  • Cocô
  • Sono/dormir
  • Dói + partes do corpo
  • Água
  • Comida
  • Esse
  • Mais
  • Chega/Deu/Acabou
  • Sim
  • Não

Perceba que são palavras simples e muito usadas, que a maioria dos bebês têm contato desde os primeiros meses de vida. A partir delas, você pode começar a expandir o vocabulário e, quando se derem conta, estarão formando frases!

Ensinar e aprender Libras ao mesmo tempo e praticar no dia a dia pode parecer difícil, mas é muito mais intuitivo do que parece. Alguns sinais, como “tchau”, já são usados naturalmente, sem nem percebermos que estamos nos comunicando através da Língua Brasileira de Sinais!

Que tal começar agora mesmo na sua casa?

Imagem de capa: Canva

Beatriz e Leticia Coldebella

Gêmeas de nascimento e criação de filhos, com experiência de 16 anos com o público infantil. Beatriz é formada em Psicologia, com atuação focada em crianças. Letícia é formada em Arquitetura e Urbanismo, com atuação focada em espaços para a infância. Hoje, somos mães e compartilhamos a criação dos nossos filhos inspirada na Abordagem Reggio Emilia no @sobre.vivenciamaterna.

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