Vamos repensar o paladar infantil: por que é hora de abolir esse termo?

Eu sei que usamos a expressão paladar infantil por hábito, mas precisamos ressignificar isso. Seja o sentido das palavras ou até mesmo a realidade dos fatos.

Você já ouviu a expressão paladar infantil para descrever adultos que são seletivos com comida? Talvez seja hora de mudarmos essa visão. 

Vamos entender melhor como a introdução alimentar (IA) dos bebês pode moldar suas preferências alimentares e por que oferecer uma variedade de alimentos desde cedo é tão importante.

O verdadeiro significado do paladar infantil

Quando falamos em paladar infantil, muitas vezes pensamos em uma alimentação limitada, mas na verdade, a introdução alimentar é a fase em que os bebês começam a explorar uma ampla gama de sabores e texturas.

Esse período é fundamental para formar um paladar diverso e receptivo. Por isso, devemos ver o “paladar infantil” como uma oportunidade de ampliar horizontes, e não como uma limitação.

Vamos focar na reeducação alimentar

A introdução alimentar não é só para o bebê, é uma chance para toda a família reavaliar seus hábitos alimentares. Quantas vezes você evita certos alimentos porque não gosta deles?

Ao oferecer esses alimentos ao seu bebê, você pode redescobrir novos sabores. Por exemplo, mesmo que você não goste de jiló, oferecê-lo ao seu filho pode fazer com que ele goste e, quem sabe, você também passe a apreciá-lo.

Construindo uma alimentação saudável

Formar uma base alimentar saudável é um processo que envolve toda a família. Os pais são os principais modelos para seus filhos, então é crucial que eles também tenham uma dieta variada e equilibrada. Essa fase pode ser um momento de mudança para todos, onde os benefícios de uma alimentação saudável são sentidos por todos.

Antes dos dois anos, não precisamos nos preocupar com a seletividade alimentar. Esse é o momento em que os bebês estão formando seu paladar, e é normal que eles rejeitem alguns alimentos inicialmente. O importante é continuar oferecendo uma variedade de alimentos sem pressão, permitindo que a criança explore e descubra novos sabores no seu próprio ritmo.

Dicas práticas para ressignificar o paladar infantil

Se seu filho tem dificuldade em aceitar frutas e vegetais, aqui estão algumas dicas simples que podem ajudar:

  1. Disponibilidade: Deixe frutas e vegetais em lugares acessíveis e visíveis para a criança.
  2. Exemplo: Coma estes alimentos na frente da criança sem insistir para que ela experimente.
  3. Ambiente: Não tenha em casa alimentos que você prefere que seu filho não consuma regularmente.

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Envolva a criança no processo

Outro aspecto importante é envolver a criança no processo de escolha e preparo dos alimentos. Levar seu filho ao mercado e deixá-lo escolher frutas e vegetais pode aumentar o interesse dele por esses alimentos. Além disso, convidá-lo para ajudar na cozinha, em tarefas simples e seguras, pode tornar o momento das refeições mais divertido e educativo.

Leia também: Como lidar com criança que não quer comer em 8 dicas práticas

O ambiente onde a criança faz as refeições também influencia a aceitação de novos alimentos. Refeições em família, sem distrações como televisão ou celulares, podem criar uma atmosfera mais tranquila e propícia para que a criança experimente novos sabores. Além disso, elogiar a criança quando ela prova algo novo, sem forçar ou pressionar, pode encorajá-la a continuar explorando diferentes alimentos.

Repensar o termo paladar infantil é essencial. Em vez de ver isso como uma limitação, devemos entender que os bebês e as crianças têm uma receptividade natural a novos sabores. Cabe aos pais moldar essas preferências desde cedo, oferecendo uma dieta rica e variada. Com paciência e bons exemplos, é possível formar uma base alimentar sólida que beneficie toda a família.

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Danielle Andrade | Nutricionista Materno Infantil

Sou formada em Nutrição desde 2011 (CRN3 - 34430) e sou especialista em nutrição materno infantil e comportamento alimentar desde 2015. Meu atendimento tem foco na disciplina positiva com respeito e empatia, quero mostrar aos cuidadores a importância de se entender o “porquê a criança não come”, indo além do alimento ou quantidade em questão.

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