Pós-parto, menstruação e amamentação, você sabia que o primeiro interfere no segundo? Aqui vamos desvendar tudo sobre o tema.
Depois de um longo período sem menstruar por conta da gestação e entrando em uma nova etapa, é comum que dúvidas a respeito do funcionamento do corpo apareçam. Com a menstruação não é diferente.
O período pós-parto, seguido da amamentação trazem perguntas -que ficam muitas vezes sem respostas- quanto ao ciclo menstrual, sua regularização e o que esperar nessa etapa. Hoje estou aqui para ajudar você a desvendar essas respostas e não ter mais dúvidas sobre o pós-parto e sua relação com a menstruação.
Partindo do princípio de que cada organismo é único
Vamos deixar claro que não é possível prever ao certo quando a menstruação voltará ao normal. Os fatores que influenciam a volta da ovulação e da menstruação são vários. Depende da frequência que a mãe amamenta, se o bebê faz uso de chupeta ou mamadeira, se usa algum complemento de leite artificial, se dorme bastante, além de existirem características únicas de cada organismo.
No período também é possível confundir um outro tipo de sangramento vaginal com a menstruação. Durante o puerpério, o corpo da mãe ainda se recupera do parto e o útero entra em processo de cicatrização, o que pode gerar um sangramento chamado de loquiação.
O sangramento pós-parto acontece porque a placenta se desliga do útero. Como o corpo da mãe mandava sangue para o bebê pela placenta, quando ela sai, o sangue continua sendo enviado para essa área até que o processo de cicatrização esteja completo e o útero volte ao tamanho normal.
Com o ciclo menstrual desregulado e a chance de um escape acontecer a qualquer momento, seja pela volta repentina da menstruação como pela loquiação, um fator é certo. É preciso estar preparada para lidar com esse momento e nem todos os itens de higiene menstrual são indicados para o período.
Durante o sangramento pós-parto, que dura de 4 a 6 semanas, não é recomendado que se faça uso de qualquer produto de uso interno, portanto a mulher não deve usar coletor ou disco menstrual e nem absorvente interno.
Como opção, os absorventes externos podem ser usados, mas acabam irritando a pele e incomodando por causa do longo período de sangramento. O mais indicado para essa fase é a calcinha absorvente. A dica é escolher uma calcinha sem camadas plásticas ou TPU para manter a vulva arejada, o que diminui o risco de infecção, além de trazer mais conforto durante esse período com tantas demandas.
Um plus sobre amamentação
Outro assunto conectado ao tema é a amamentação, que tem relação direta com a menstruação. Enquanto a mulher está amamentando é comum ter a menstruação suspensa ou irregular, isso se dá ao fato de o corpo produzir um hormônio chamado prolactina, responsável pela produção de leite, e que inibe a ovulação, impedindo, portanto, a menstruação.
Por esse motivo, grande parte das mulheres que amamentam exclusivamente seus bebês em livre demanda acabam passando meses sem menstruar já que como o bebê mama com bastante frequência, a prolactina se mantém alta.
Mas, para quem acredita que a amamentação funciona como anticoncepcional, pode ligar o sinal de alerta! A amamentação, principalmente quando está mais espaçada e irregular, pode fazer essa teoria cair por terra.
Por mais que o bebê mame o tempo todo, há mulheres ainda que voltam a ovular e menstruar algumas semanas depois do parto, por isso, caso engravidar novamente não esteja nos planos da família, o ideal é buscar outras formas de contracepção como: DIU, preservativo ou até algumas pílulas próprias para serem tomadas durante a amamentação.
Imagem de capa: Acervo pessoal Michelly Coutinho
Deixe um comentário