Deixe o tetê do meu filho em paz! Meu relato sobre amamentação

A amamentação é importante além do primeiro ano de vida. Conheça os benefícios e saiba como lidar com os julgamentos alheios neste relato.

Faltando poucos dias para o aniversário do meu filho, fiquei lembrando toda nossa trajetória juntos, desde os desafios até às alegrias imensuráveis juntos. E assim fiquei reflexiva sobre um assunto que para muitas pessoas – especialmente para as que não são mães – é comumente discutido com argumentos descabidos, inválidos visto com olhares julgadores.

Isso mesmo, estou me referindo a amamentação!

Vivemos em uma sociedade permeada pela cultura do desmame, onde é muito comum comentários que nos incitam a questionar o valor nutricional do leite materno, em que empurram a fórmula com a desculpa da praticidade (muitas vezes sem real indicação ou motivo).

E quero aqui pontuar que não sou contra o uso de fórmulas, pois sei que elas salvam vidas quando bem indicadas. Mas pontuo seu uso indiscriminado. Sendo assim, é ainda mais incomum bebês que prosseguem o aleitamento materno após o primeiro ano de vida.

Eu mesma já recebi centenas de olhares julgadores quando amamento em público. Se ganhássemos 1 real a cada olhar, a classe das mães que amamentam estaria rica. Por aqui já são quase 2 anos de tetê!

Já ouvi inúmero comentários como: “Nossa mas ele não é muito grande para mamar?”, “Já passou da hora de vocês desmamar essa criança” ou ainda “Você não se incomoda dele mamar em público não?”
Às vezes tenho vontade de sair com um letreiro bem grande na cabeça escrito:

DEIXE O TETÊ DO MEU FILHO EM PAZ!

Meu filho mesmo sempre que anda de ônibus quer o tetê e eu o ofereço. Certo dia, uma senhora que aparentava ter por volta de cinquenta anos, sentou-se ao meu lado e ficou me olhando pelo canto de olho. Eu incomodada fingi ver algo ao meu lado e perguntei se os pés do meu filho a estavam incomodando. Ela de pronto respondeu que não. Em seguida, ela soltou: “Ele ainda mama…” E eu respondi que sim, “mas você não acha que ele é grande demais? Os meus nesse tamanho eu já dava caldo de feijão, mingau…”

E eu respondi gentilmente preparada: “Não acho não. Pois ele ainda não tem 2 anos. E já come de tudo, tem uma saúde incrível” e continuei “Eu não tenho pressa. Respeito o tempo dele, afinal, o tempo passa tão rápido. Logo ele nem colo vai querer. Você sabe, não é?”

Ela concordou e ali a conversa ficou suspensa. Não ficou mais observando meu filho, pelo contrário, alguns minutos depois até me contou como na época dela era difícil amamentar.

Ali eu entendi, que muitas vezes as pessoas julgam por diversos motivos, seja por desconhecimento, por uma experiência própria negativa, por falta de informação. E fiquei pensando em como eu dei a ela algo para refletir. Sem me gabar, mas compreendi o motivo ao qual ela me observava o pequeno em meu colo.

E se você assim como eu escuta comentários ou olhares negativos por amamentar após o primeiro ano de vida, venho te acalmar de inúmeras formas:

  1. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de amamentação exclusiva até os 6 meses de vida e sua continuação em conjunto com a introdução alimentar até os 2 anos.
  2. O leite não fica fraco. Ele acompanha o desenvolvimento do seu filho, nutre e hidrata, sendo fonte de proteínas, vitaminas, sais minerais, contribuindo no seu desenvolvimento.
  3. Ele é uma fonte de aconchego e carinho! Proporciona afeto, segurança e ajuda no desenvolvimento emocional do bebê.
  4. Contribui na saúde materna: ajuda a reduzir risco de câncer de mama e ovário.
  5. É super possível ter um filho que mama e que também frequente a escola (pois sei que é um medo comum, assim como eu já tive).
  6. Se tem tantos benefícios, não se prenda aos palpites alheios. Até quando for bom para você e seu filho, é super válido!

Leia também: 7 mitos da amamentação para deixar pra lá e 3 verdades para guardar com você

Lembre-se sempre: se amamentar fosse ruim não começaria com AMA.

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Quer conversar sobre amamentação e todos os perrengues que as mães passam? Deixe nos comentários!

Natasha Fonseca

Doutoranda e Mestra em Estudos do Lazer pela UFMG, Turismóloga apaixonada, mãe do Anthony e Doula comprometida. Admiradora fervorosa dos livros.

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