Foi assim que eu aprendi uma lição importante e valiosa no nosso primeiro dia de introdução alimentar: Crie unicórnios, mas não crie expectativas!
Parece que foi ontem que eu estava super animada para o grande dia da introdução alimentar do meu filho. De forma obediente esperei todos os seus sinais de prontidão, aguardei o famigerado mêsversário de 6 meses, me blindei de opiniões de palpiteiros que me diziam que um deveria dar água, um caldinho de feijão, uma frutinha… Poxa, um forte abraço a todas as mães que também passaram pelo vale das sombras e dos palpites que permeiam a nossa maternidade.
De forma simpática agradecia o conselho com um sorriso amarelo, explicava as novas recomendações pediátricas. Fiquei expert na nobre ciência de deixar entrar em um ouvido e sair no outro (com todo respeito).
Mas enfim o dia chegou!
A aguardada introdução alimentar. A emoção era tanta que parecia que eu havia sido aprovada em um novo emprego super concorrido. Me debrucei em blogs com dicas sobre esse processo, em sites com com todo tipo de aparato para essa nova fase: cadeirinha? Comprei. Copo de shot? Comprei. Babador lindo? Comprei. Pratinho colorido com luzinha mágica? Se estava vendendo eu comprei.
E fui então para cozinha como quem inicia um novo empreendimento. Anotei várias dicas de nutricionistas materno-infantis, vi e li tudo ao meu alcance sobre introdução alimentar, métodos de oferecer os alimentos, baixei um aplicativo mágico nesse processo (spoiler: BLW Brasil).
Então decidi uma receita clássica de primeiro dia: Banana.
Ofertei a banana como quem oferta ouro. Coloquei nas mãozinhas ávidas e gordinhas do meu bebê, mais ansiosa que ele. Com os olhos brilhando, ele me lança um olhar curioso, pega a banana e a arremessa longe. Como assim?
Pego e entrego novamente a banana, e ele a bate na mesa tal qual baquetas de bateria. Revira de um lado para o outro e por fim se entretém com as mãozinhas sujas.
Nada feito.
Tento novamente. Nada feito, ele se irrita e me estende as mãozinhas.
Será que não tem fome? Será que fiz errado? A luz do pratinho não era mágica?
Corro para fóruns maternos em busca de respostas e lá encontro outras mães inseguras. E logo, abro um post no Instagram que diz “Crie unicórnios, mas não crie expectativas.”
Percebo após tantos comentários que foi só o nosso primeiro dia de uma longa jornada de descobertas, em que meu pequeno (assim como todos os outros) vai descobrir os alimentos dia após dia no ritmo dele, com sua curiosidade e desenvolvimento contínuo.
E descubro que eu também vou precisar aprender: a ver a alimentação com outro olhar, com mais afeto, e sobretudo, com paciência e respeito ao tempo dele. Afinal, foi só o primeiro dia, ele não era obrigado a adivinhar que aquela fruta deliciosa na mão dele era para comer.
Foi assim que eu aprendi uma lição importante e valiosa no nosso primeiro dia de introdução alimentar:
Crie unicórnios, mas não crie expectativas!
Cada bebê tem seu tempo. Além disso, percebo que alimentar vai além de nutrir, é também sobre um mundo vasto de descobertas, texturas, respeito e aprendizagem (mútua). Lembrando que aquele pequeno bebê que está há tão pouco tempo no mundo nos possibilita muita aprendizagem também com suas descobertas. Na alimentação não poderia ser diferente.
Logo me animo e corro para me planejar para a próxima refeição, porque afinal mãe é sempre mãe e só muda de endereço.
Se você quer ter uma introdução alimentar realista e com todo apoio que precisa, baixe o aplicativo BLW Brasil, ele vai te guiar nessa jornada incrível com muita informação, dicas e suporte (técnico, profissional e emocional). Baixe gratuitamente para Android e IOS.
Comentários (2)
Rodrigosays:
14 novembro 2023 em 9:39 pmÓtima reflexão! Principalmente para pais de primeira viagem.
Natasha Fonsecasays:
17 novembro 2023 em 3:13 amOlá, tudo bem? Fico feliz que tenha se identificado com o texto! Vamos aprendendo juntos todos os dias