Criança doente? Veja como cuidar da alimentação

Saiba como alimentar e hidratar a criança doente. Dicas essenciais para alimentação infantil durante doenças.

Quando nossos pequenos ficam doentes, é comum surgirem dúvidas sobre como lidar com a alimentação e garantir que eles recebam o cuidado necessário para uma recuperação tranquila. Durante esse período, o apetite e o peso da criança podem sofrer alterações, mas o foco principal deve ser a hidratação e o bem-estar. Só depois devemos nos preocupar com a recuperação alimentar e nutricional.

Pensando nisso, criamos este guia, que também está disponível no aplicativo Garfinho, com dicas detalhadas para ajudar você a conduzir a alimentação do seu filho nas doenças mais comuns. Confira as informações abaixo e saiba o que esperar no guia completo no app (clique aqui para baixar).

Hidratação é o ponto de partida para a criança doente

A hidratação é fundamental durante qualquer doença. Garanta que seu filho consuma líquidos adequados, como:

  • Água pura;
  • Leite materno (se você segue amamentando);
  • Água de coco;
  • Soluções de eletrólitos, como soro caseiro ou saborizado (disponíveis em farmácias).
Receite de soro caseiro para criança doente

Como facilitar a aceitação de líquidos com a criança doente

  • Experimente variar a temperatura: ofereça líquidos gelados ou até congelados.
  • Utilize utensílios diferentes, como seringa, colher ou garrafinhas divertidas.
  • Ofereça pequenos volumes com mais frequência.

Importante: Se a criança beber muito líquido de uma vez, pode sentir desconforto estomacal e até vomitar.

Sinais de atenção com a hidratação

A criança deve apresentar de 4 a 7 micções diárias ou, no caso de bebês, pelo menos 4 trocas de fralda. Caso perceba redução nas eliminações, dificuldade em ingerir líquidos ou sinais de desidratação, busque orientação de um profissional de saúde. Em casos graves, pode ser necessário ir ao pronto-socorro para reposição de eletrólitos.

O papel do leite materno

Se você ainda amamenta, saiba que o leite materno é um recurso poderoso para cuidar da criança doente. Ele não apenas oferece conforto e segurança, mas também adapta sua composição para fornecer mais anticorpos e substâncias imunológicas.

Como o leite materno ajuda

  • Ele contém uma “biblioteca imunitária” que permite à mãe produzir anticorpos para combater as doenças presentes no ambiente.
  • É o alimento mais completo para o pequeno, independentemente da idade, mesmo que ele já tenha iniciado a alimentação sólida.

Dica: Use a amamentação como um aliado para momentos mais difíceis, como na aplicação de vacinas ou injeções. A sucção pode funcionar como um analgésico natural e trazer conforto.

Leia também: Amamentação após os 2 anos: por que continuar é a melhor escolha

Alterações no apetite: o que fazer?

Durante a doença, o apetite da criança pode diminuir, e isso é totalmente normal. A comida pode não ter o mesmo sabor, o estômago pode estar sensível, ou ela simplesmente não terá vontade de comer por estar mais cansada.

Como lidar com a falta de apetite

  • Ofereça porções pequenas e frequentes, garantindo nutrientes essenciais sem sobrecarregar o estômago.
  • Dê preferência a alimentos leves, como frutas, legumes, grãos e cereais.
  • Evite pratos muito variados ou porções grandes, que podem gerar recusas e frustrações.

Evite regredir as texturas: Mesmo no desespero para que a criança coma, não amasse ou liquidifique os alimentos que já foram apresentados anteriormente. Isso pode causar seletividade alimentar no futuro.

Cuidados com fórmulas e suplementos

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), crianças acima de 1 ano não devem receber fórmulas infantis ou compostos lácteos sem orientação médica ou nutricional.

O que fazer se a criança ainda recebe fórmula

  • Mantenha o volume habitual durante a doença e deixe mudanças na dieta para quando ela estiver bem.
  • Evite fazer transições para leite de vaca ou aumentar a quantidade da fórmula nesse período.

Evite também estimuladores de apetite ou suplementos nutricionais sem recomendação médica. Eles podem causar empachamento, vômitos e aumentar a recusa alimentar a longo prazo.

Respeite os sinais da criança doente

Insistir para que a criança coma “só mais uma colherzinha” ou usar distrações pode ser desgastante e causar estresse para ela. Respeite seu senso de saciedade e ofereça comida em momentos em que ela demonstre mais disposição.

Quando a alimentação não é prioridade

Lembre-se: comer mais não acelera a recuperação. O mais importante é garantir a hidratação e fornecer alimentos em pequenas porções ricas em nutrientes.

Quando procurar ajuda? 

Se seu filho apresentar sinais de desidratação, não ingerir líquidos ou tiver dificuldade para se alimentar mesmo com estratégias adaptadas, entre em contato com um profissional de saúde. Em casos mais graves, pode ser necessário um atendimento de emergência.

No guia completo do app Garfinho você vai encontrar mais informações!

Leia o guia “Quando a criança está doente” no app e se aprofunde neste tema, nós também abordamos os seguintes tópicos: 

  • Alimentos a evitar ou reduzir durante a doença.
  • Dicas para lidar com sintomas específicos, como febre, vômitos ou diarreia.
  • Cuidados com a higiene e segurança alimentar.
  • Estratégias para administrar medicamentos.
  • Como retomar a alimentação regular após a recuperação.

No aplicativo, você terá acesso a orientações detalhadas e práticas para ajudar a tornar esse momento desafiador mais leve e seguro. Clique aqui para baixar e testar por 14 dias grátis.

Referências

  1. GONZALEZ, Carlos. Meu filho não come. São Paulo: Editora Timo.
  2. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Guia prático de diarreia aguda. Disponível em: https://www.sbp.com.br. Acesso em: 17 set. 2024.
  3. REVISTA DE PEDIATRIA SOPERJ. Desenvolvimento normal de 1 a 5 anos. Disponível em: http://revistadepediatriasoperj.org.br. Acesso em: 17 set. 2024.
  4. INTERNATIONAL BABY CARE. The sick baby. Disponível em: https://ibconline.ca. Acesso em: 17 set. 2024.
  5. SMITH, A. B. The Impact of Sugar on Immune Function. Journal of Food and Nutrition Research, v. 6, n. 10, p. 634-639, 2018.
  6. QUEIROZ, G. L. R. et al. Efeito da amamentação na redução da dor induzida pela vacina pentavalente em lactentes: ensaio clínico randomizado. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 58, e20240055.
  7. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Coordenação de Saúde da Criança e Aleitamento Materno. Nota Técnica Nº 39/2021. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br. Acesso em: 03 out. 2024.

Danielle Andrade | Nutricionista Materno Infantil

Sou formada em Nutrição desde 2011 (CRN3 - 34430) e sou especialista em nutrição materno infantil e comportamento alimentar desde 2015. Meu atendimento tem foco na disciplina positiva com respeito e empatia, quero mostrar aos cuidadores a importância de se entender o “porquê a criança não come”, indo além do alimento ou quantidade em questão.

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