Amamentação e volta ao trabalho: 4 dicas essenciais 

A volta ao trabalho é certamente um dos períodos em que nós, mães, ficamos mais tensas e com dúvidas. Será que meu bebê vai ficar bem sem mim? E se ele chorar muito, o cuidador vai saber acalmar? Quanto ao leite, o que eu faço se ele não estiver aceitando?

Essas são dúvidas super comuns e que deixam nosso coração apertado – principalmente quando a nossa única opção é a volta ao trabalho.

Se você é uma mãe que amamenta e está apavorada sobre como será a volta ao trabalho mantendo a amamentação, calma que eu te darei 4 dicas essenciais de como se planejar para isso!

Dicas essenciais para a volta ao trabalho

1. Ordenhas regulares de 10-30 minutos, 3x ao dia

O nosso corpo se acostuma com a demanda do bebê depois de algum tempo e para de produzir leite em excesso (principalmente após os 3 meses).

Nas primeiras vezes que colocamos a bomba e fazemos a ordenha depois desse período, pode ser desesperador ver que só saiu 10 ou 30ml. Mas lembre-se: ordenha não mede produção de leite. A ordenha vai tirar o que estiver “sobrando” do peito – e é por isso que fazer uma rotina de ordenha ajuda tanto a aumentar esse volume de sobra.

Criar um estoque de leite necessita de estimulo. Manter a rotina de ordenhas regulares vai te ajudar a aumentar a produção e ter mais leite para estocar!

Leia nosso artigo: Estoque de leite materno ao voltar para o trabalho – Como calcular em 3 passos

2. Escolha um dispositivo seguro que irá evitar desmame

É essencial que seu bebê se acostume a aceitar os dispositivos seguros que protegem a amamentação – como a colher dosadora, copo aberto ou copo 360, por exemplo. Eles não causarão desmame!

Tudo o que tem bico pode causar desmame rapidamente: chupeta, mamadeira, chuquinha, copo com bico e até copo com canudo. Esses itens alteram a forma de sugar do bebê, que é completamente diferente da forma de sugar o peito – sem contar que também podem provocar a conhecida confusão de fluxo.

Se o objetivo é continuar amamentando (e isso é totalmente possível), evite ao máximo qualquer um dos itens citados acima, para que você consiga amamentar pelo tempo que deseja!

3. Treine o cuidador

Uma das etapas mais importantes desse processo é treinar quem irá cuidar do seu bebê a aceitar os dispositivos seguros, pois isso trará segurança tanto para eles cuidarem do seu bebê, quanto para você ter certeza que ele irá receber a quantidade adequada de leite na sua ausência. Caso o bebê fique na escolinha ou creche e não seja possível treinar esse cuidador, os pais podem treinar o bebê em casa pelo menos um mês antes da volta ao trabalho!

Quando o cuidador é alguém de contato frequente da família, é interessante iniciar esse treinamento com uma certa antecedência. Quanto maior a frequência do treino, melhor a aceitação e maior o vínculo criado com o seu filho!

Evite treinar em momentos em que o bebê está muito irritado, como por exemplo, quando o mesmo está com muita fome ou muito sono. Ao contrário do que muita gente pensa, deixar o bebê com fome para treinar não vai fazer ele aceitar melhor o leite, muito pelo contrário: ele irá ficar mais irritado, com raiva e pode pegar “trauma” do dispositivo de treinamento. No momento do treino, coloque uma música que ele gosta, sorria, interaja… Tudo isso ajuda!

4. Não se desespere – vai dar certo!

No início vai parecer que o leite não vai ser suficiente ou que o bebê nunca vai aceitar os dispositivos, mas não se desespere: com treino e persistência ele vai aprender e vocês vão conseguir uma volta ao trabalho mais leve do que você imagina!

E se quiser saber mais sobre como lidar com esse momento, não deixe de consultar os guias de amamentação no aplicativo BLW Brasil, faça o download gratuito aqui!

Ainda tem dúvidas sobre como lidar com a amamentação e volta ao trabalho? Deixe nos comentários!

Isadora Trinquinato | Enfermeira e Consultora em Amamentação

Sou Mestra e Doutoranda pela USP em amamentação e cuidados do bebê, como Enfermeira já trabalhei em UTI Neonatal e atendi centenas de mães como consultora da amamentação. Sou credenciada como profissional neurocompatível, participei da implementação do método canguru na UTI Neonatal do HU e fiquei conhecida por meu mestrado em mamanalgesia (amamentação como alívio de dor).

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