Cuidado com o terrorismo nutricional: veja como deixar a alimentação leve

Descubra como o terrorismo nutricional pode prejudicar a alimentação infantil e aprenda a equilibrar sem radicalismos.

Você já se pegou pensando se está oferecendo os alimentos certos para seu filho? Será que aquele chocolate ou sorvete pode prejudicar a saúde dele? Se sim, você pode estar caindo no que chamamos de terrorismo nutricional. Essa prática, que tem se tornado comum, promove uma relação tóxica com a comida e espalha desinformação sobre a alimentação.

Reagi a este vídeo aqui e por isso, hoje vamos conversar sobre como evitar o terrorismo nutricional e encontrar o equilíbrio alimentar, especialmente para as crianças. Sabemos que é uma preocupação comum entre pais, mas vamos mostrar que é possível ter uma relação saudável com todos os alimentos — inclusive os menos nutritivos.

O que é terrorismo nutricional?

O termo “terrorismo nutricional” se refere a uma postura rígida e extremista em relação à alimentação, que costuma demonizar certos alimentos e gerar medo nas pessoas sobre o que podem ou não comer. Isso cria uma visão distorcida sobre comida, promovendo culpa e ansiedade em situações que deveriam ser naturais e prazerosas, como uma refeição em família.

Por exemplo, ao mostrar nas redes sociais crianças comendo algo como chocolate ou sorvete, algumas pessoas podem pensar que estamos sendo incoerentes com o que ensinamos sobre alimentação saudável. Mas é justamente o contrário: a ideia aqui é ensinar que equilíbrio é a chave. Uma alimentação saudável não significa evitar completamente os alimentos considerados “não saudáveis”.

Chocolate não é o vilão

Vamos deixar claro: o chocolate ou qualquer doce não é um lanche nutritivo, mas a alimentação vai muito além dos nutrientes. Oferecer doces de vez em quando não fará com que seu filho tenha uma alimentação desequilibrada ou desenvolva seletividade alimentar. Pelo contrário, evitar completamente esses alimentos pode criar uma curiosidade ou obsessão desnecessária, fazendo com que eles sejam mais desejados.

Lembre-se de que o foco deve ser na construção de uma boa relação com todos os alimentos. Isso inclui naturalizar a presença de doces e outros alimentos menos nutritivos na vida das crianças, sem criar um clima de proibição. A moderação, quando aplicada de forma saudável, é fundamental para evitar excessos no futuro.

Não existe alimentação perfeita

Uma das coisas mais importantes de se entender é que não existe uma alimentação perfeita. O que procuramos fazer é o melhor possível, e não o ideal inatingível. Colocar as crianças em uma bolha, onde nunca têm contato com alimentos menos nutritivos, pode gerar mais problemas do que benefícios.

Por que estamos seguras ao oferecer doces ocasionalmente? Porque sabemos que a base da alimentação das nossas crianças é sólida. Essa segurança vem da certeza de que a alimentação delas, no dia a dia, é composta majoritariamente por alimentos nutritivos e variados. A inclusão ocasional de um doce ou um salgadinho faz parte da vida normal, e não há motivo para pânico.

Desenvolva uma boa relação com os alimentos

O objetivo de uma boa educação alimentar não deve ser proibir alimentos, mas sim desenvolver uma relação equilibrada com a comida. Isso envolve entender que comer vai muito além de nutrientes. A alimentação está ligada a fatores como:

  • Preferência pessoal: Cada pessoa, incluindo as crianças, tem preferências por sabores e texturas.
  • Cultura e tradição: A comida também envolve aspectos culturais e familiares, que devem ser respeitados.
  • Necessidades médicas: Em alguns casos, há restrições alimentares por questões de saúde, e isso também faz parte do processo.
  • Acessibilidade e custo: Nem sempre os alimentos considerados “ideais” são acessíveis financeiramente ou disponíveis onde você mora.

Portanto, ao construir uma relação saudável com a comida, é importante levar em conta todas essas variáveis. A alimentação é um processo complexo, que envolve não só o que comemos, mas como comemos, com quem, e em que contexto.

A aceitação dos vegetais

Sabemos que a aceitação dos vegetais costuma ser um desafio, principalmente para as crianças, que tendem a preferir alimentos mais doces. Isso é normal e faz parte do desenvolvimento do paladar infantil. O importante aqui é persistir, sem forçar ou pressionar demais, oferecendo sempre uma variedade de alimentos para que a criança tenha a chance de experimentar diferentes sabores e texturas.

Dicas para uma alimentação equilibrada e sem terrorismo

  • Moderação acima de tudo: Permitir que as crianças comam doces de vez em quando ensina moderação e evita o desejo excessivo por alimentos proibidos.
  • Exemplo em casa: Crianças aprendem muito observando os pais. Se você mantém uma relação equilibrada com a comida, elas tendem a seguir o mesmo caminho.
  • Inclua alimentos variados: Tente sempre oferecer alimentos variados nas refeições. Isso aumenta a chance de aceitação de diferentes grupos alimentares.
  • Desapegue da culpa: Comer um chocolate ou um sorvete não deve ser motivo de culpa. A alimentação deve ser um momento de prazer e não de ansiedade.

Por fim, lembre-se: a construção de uma relação saudável com a comida leva tempo e paciência, especialmente com crianças mais seletivas. Mas com calma e equilíbrio, é possível promover uma alimentação variada e, acima de tudo, prazerosa. E se você precisar de ajuda nessa jornada, o nosso app Garfinho está aqui para apoiar você com dicas e informações essenciais sobre a alimentação do seu pequeno. Clique aqui para baixar e testar por 14 dias grátis!

Desapegue da culpa e liberte a sua família do terrorismo nutricional. Como você costuma lidar com os alimentos menos nutritivos por aí? Conta pra gente nos comentários!

Gabriela Guedes | Nutricionista

Como nutricionista (CRN 8-5814), gastrônoma e mãe, atuo com foco no preparo dos alimentos oferecidos de forma segura, priorizando os nutrientes e com muito sabor. Transmitir conhecimento e ajudar os bebês e crianças terem uma boa relação com a comida é o motivo pelo qual escolhi unir nutrição e gastronomia.

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