Participe do Dia Mundial da Doação de Leite Humano em 19 de maio. Saiba como ajudar na doação de leite materno, benefícios e impacto na saúde dos bebês.
O leite materno é o alimento padrão ouro para os lactentes – bebê que está sendo amamentado, independente da idade. Dentre tantos superpoderes o leite humano é capaz de:
- Reduzir até 13% mortes evitáveis em crianças menores de 5 anos de idade;
- Proteger as crianças de várias doenças devido a presença de nutrientes específicos e fatores imunológicos;
- Reduzir os riscos de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes tipo 2 e obesidade na vida adulta;
- Ter efeito positivo na inteligência e aumentar as chances de melhor renda no futuro.
Para bebês prematuros e/ou com patologias ele é ainda mais poderoso:
- Aumenta as chances de recuperação durante a internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e contribui para uma vida mais saudável;
- Reduz tempo de internação;
- Diminui as possibilidades de reinternação após a alta.
O dia 19 de maio é a data para celebração do Dia Mundial da Doação de Leite Humano, o principal objetivo é estimular a doação de leite materno, além de promover debates sobre a importância do aleitamento materno, sensibilizar a sociedade em relação à promoção e proteção ao aleitamento materno e à doação de leite materno.
“Amor em cada gota doada, vida em cada gota recebida” esse é o slogan escolhido para a mobilização desse ano.
O Brasil possui a maior e mais complexa rede de Bancos de Leite Humano (BLH) do mundo, todos os anos, aproximadamente 160 mil litros de leite humano são distribuídos a recém-nascidos de baixo peso internados em unidades neonatais em todo o país. Cada litro de leite humano doado pode atender até 10 recém-nascidos e cada gota doada importa!
Leia também: 8 dicas de como manter uma boa produção de leite materno
Como funciona a doação de leite materno?
Podem ser doadoras todas as mulheres em fase de amamentação e que produzem um volume de leite além da necessidade do bebê, é esse leite excedente que poderá ser doado. As condições de saúde da doadora são avaliadas por meio de exames de sangue e também é importante não fazer uso de medicamentos que impeçam a doação.
Se você deseja ser doadora o primeiro passo é entrar em contato com o BLH mais próximo da região onde mora, você pode localizar o BLH mais próximo acessando esse link.
É importante destacar que “peito não é estoque, é fábrica” sendo assim, a doação de leite materno não atrapalha a amamentação do seu filho, a produção de leite está diretamente relacionada ao esvaziamento da mama, portanto, quanto mais amamentar ou extrair, mais leite será produzido.
É impossível falar de doação de leite humano sem falar de amamentação, em maio temos outra data importante na Promoção e Proteção à amamentação, é o dia 21 de Maio, Dia Mundial de Proteção do Aleitamento Materno e o tema central da campanha desse ano é “Proteger a Amamentação e Dizer NÃO ao Bombardeio Digital”.
A mulher que amamenta se vê em meio a muitos desafios que vão muito além das dúvidas que surgem no dia a dia do cuidado com um recém-nascido, vou usar o que Gabrielle Gimenez escreve em seu livro “Leite Fraco?” para exemplificar alguns deles:
O Sistema te diz:
“Apertou e não esguichou? Só saiu isso na bombinha? Seu bebê só ganhou “x” gramas em um mês? Seu leite não é suficiente!”
A Indústria te diz:
“Pra que se desgastar tanto amamentando? Pra que se privar do sono? O leite que nós produzimos é tão bom ou até melhor que o seu. Nossas mamadeiras e chupetas são de última geração, são justamente o que você precisa pra recuperar o controle da sua vida. O seu leite é dispensável!”
A Sociedade te diz:
“Esse bebê não sai do peito? Ainda não dorme a noite toda? Já tá chorando de fome outra vez? Cadê as dobrinhas? Seu leite não sustenta!”
Mas a Ciência te diz:
- Peito não é estoque, é fábrica!
- Bebês amamentados em livre demanda não passam fome!
- Ordenha não é parâmetro para medir produção!
- Bebês não choram só de fome!
- Amamentar não alimenta apenas o corpo, mas também a alma!
- Seu leite não é só o suficiente, também é perfeito e inigualável, produzido na medida certa para as necessidades do seu bebê!
Não existe leite fraco! Mesmo mulheres desnutridas conseguem amamentar e nutrir seus filhos. O tipo de mamilo e/ou tamanho dos seios não determinam se a mulher conseguirá ou não amamentar e também não são determinantes da quantidade de leite que produzirá.
Leia também: 7 mitos da amamentação para deixar pra lá e 3 verdades para guardar com você
O que existem são fatores externos que interferem diretamente na amamentação e na produção de leite, por exemplo, estresse e nervosismo atrapalham a produção, uso de bicos artificias como mamadeiras e chupetas, podem provocar confusão de bicos no bebê e levar ao desmame precoce.
Estima-se que, no Brasil, quase metade das crianças menores de 1 ano usem chupeta e que um pouco mais da metade, algo perto de 60%, usem mamadeira. Com esse cenário muitas vezes é difícil definir o desmame natural, esses dados normalizam algo que é visto com muita frequência, dificultando separar o que é fator fisiológico livre de interferências externas.
Caso você esteja amamentando e tenha dificuldades, dúvidas, ou conhece alguém nessa situação, procure ajuda especializada e que valorize a amamentação. Os Bancos de Leite Humano e Postos de Coleta são Casas de Apoio à Amamentação. Hoje temos acesso muitas (des)informações e está no seu controle escolher quem irá escutar, “dessa escolha dependerá o sucesso ou fracasso na árdua, maravilhosa e recompensadora jornada da amamentação”.
Quer entender mais sobre doação de leite materno e amamentação? Deixe nos comentários abaixo!
Referências
1. GIMENEZ, Gabrielle. Leite fraco? Guia prático para uma amamentação sem mitos. Curitiba: Matrescência, 2021.
2. REDE BRASILEIRA DE BANCO DE LEITE HUMANO. Página inicial. Disponível em: https://rblh.fiocruz.br/pagina-inicial-rede-blh.
3. REDE INTERNACIONAL EM DEFESA DO DIREITO DE AMAMENTAR – INTERNATIONAL BABY FOOD ACTION NETWORK (IBFAN). Dia Mundial de Proteção do Aleitamento Materno 2024. Disponível em: https://www.ibfan.org.br/site/dia-mundial-de-protecao-do-aleitamento-materno-2024.
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