Saiba como combater a obesidade infantil que afeta 1 em cada 3 crianças. Conheça as causas e ações para um futuro saudável do seu filho.
A Federação Mundial da Obesidade (World Obesity Federation) divulgou o lançamento do novo Atlas Mundial da Obesidade 2024, apresentando estimativas da prevalência da condição do Brasil e no Mundo. Os dados do Brasil são extremamente preocupantes, estima-se que em 2035 metade das crianças com idade entre 5 e 19 anos estejam com Sobrepeso ou Obesidade, segundo a classificação do IMC, atualmente 1 a cada 3 crianças estão com sobrepeso (33%).
O excesso de peso pode estar associado à pressão arterial elevada, aumento da glicemia e redução do colesterol HDL que possui efeito protetor para nossos organismo. Além disso, essas alterações elevadas já na infância impactam ainda mais na vida adulta favorecendo o aparecimento das chamadas Doenças Crônicas Não Transmissíveis: diabetes tipo 2, algumas doenças cardíacas, acidente vascular cerebral (AVC) e cânceres, além de problemas ortopédicos, dermatológicos e respiratórios como a apneia do sono. Diminuindo muito mais do que a qualidade de vida dessas pessoas, essas doenças diminuem os anos de vida dos portadores.
Determinantes principais da obesidade infantil
- Ambiente físico
- Exposição alimentar
- Interesses econômicos e políticos
- Iniquidade social
- Limitação do acesso ao conhecimento científico
- Cultura
- Comportamento contextual
- Genética
A conscientização sobre o problema da obesidade infantil é o primeiro passo a ser dado para uma mudança efetiva, ter consciência de que garantir uma alimentação nutritiva na infância é um investimento pra toda a vida!
Ações para ajudar a mudar esse futuro
1. Informação é poder
Conheça as consequências da Obesidade Infantil para a saúde do seu filho. Lendo esse texto você já está se informando para isso, estima-se que 80% das crianças obesas aos 5 anos permanecerão obesas na vida adulta. Entender a obesidade infantil e suas causas é o primeiro passo para combatê-la.
2. Tenha uma participação ativa
Participe ativamente da alimentação do seu filho. Entenda que as necessidades calóricas mudam em cada fase de desenvolvimento e, nem sempre, é pra mais: durante o período Intra-Uterino o bebê vai de menos de 1mg de peso até 3kg aproximadamente em apenas 9 meses, nenhum outro período de crescimento será tão intenso como esse!
Do nascimento aos 4 meses, 33% das calorias que ele ingere são utilizadas para o crescimento e dos 6 aos 12 meses apenas 5% são utilizadas para essa finalidade, essa porcentagem cai ainda mais entre 1 e 2 anos, chegando aos 3% apenas.
Portanto, em geral, é esperada uma diminuição na aceitação alimentar nessa fase, uma vez em que a velocidade de crescimento é menor. Cada criança deve ser avaliada individualmente, adequando as necessidades específicas quando houverem.
Leia também: Meu filho fez 2 anos e parou de comer! Descubra o que fazer
3. Cuide DO QUE a criança come e COMO ela come
Amamente! A amamentação exclusiva até 6 meses protege contra a obesidade em 25%. Depois de iniciada a introdução alimentar a BASE da alimentação deve ser formada por alimentos in natura (frutas, legumes e verduras) e minimamente processados (arroz, feijão, macarrão, farinhas como fubá, de mandioca, dentre muitos outros).
Não ofereça açúcar antes dos 2 anos e sucos de frutas ou sal antes de 1 ano, saiba identificar bons industrializados pra não cair no golpe dos ultraprocessados “ricos em vitaminas e minerais”.
Por último, mas não menos importante: garanta um ambiente adequado para as refeições: sem distrações (telas ou eletrônicos) com refeições à mesa e em família.
4. Seja o suporte que a criança precisa
Seja suporte para a criança assumir as responsabilidades dela na alimentação e confie. Lembre-se que é sua responsabilidade cuidar do que a criança vai comer, onde ela vai comer e quando ela vai comer.
Ela decide se vai comer e quanto vai comer, instintivamente bebês e crianças são capazes de escolher alimentos nutritivos e saudáveis desde que lhe sejam oferecidos alimentos variados e saudáveis para comer.
5. Procure ajuda especializada
Se alguma das ações ou das informações apresentadas nesse texto pegou pra você, se tem dúvidas sobre a alimentação do seu filho, não sabe como colocar essas ações em prática no seu dia a dia corrido procure ajuda de um Nutricionista Infantil, não espere o tempo passar pensando que “quando crescer melhora”.
Lembre-se que comer é um comportamento aprendido e que você ensina uma criança a comer bem sendo exemplo, tendo entusiasmo e oferecendo boa comida.
Se você precisar de ajuda, use o Chat Nutri do aplicativo BLW Brasil (se estiver na fase de introdução alimentar) ou do Garfinho (se o seu filho tiver de 2 a 7 anos), as nutricionistas estão prontas para responder suas dúvidas e orientar da melhor forma.
Referências
1. FEDERAÇÃO MUNDIAL DA OBESIDADE. Atlas Mundial da Obesidade 2024. Disponível em: https://www.worldobesity.org. Acesso em: 5 jun. 2024.
2. FRANCISCHI, Rachel. Obesidade infantil: ambiente e competências alimentares. Aula ministrada na Plataforma Multiplicar – Saúde e Nutrição Infantil.
3. WILSON, Bee. Como aprendemos a comer: por que a alimentação dá tão errado para tanta gente e como fazer escolhas melhores. Tradução de Juliana Romeiro. 1. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2017.
Deixe um comentário