Perturbação na Amamentação: 7 soluções para além do desmame

Ter sentimento de irritação ou raiva durante a amamentação é normal e tem nome: Perturbação na Amamentação. Neste artigo vamos mostrar como lidar com isso!

A amamentação começou difícil… É uma pega para ajeitar, um bebê com fome, uma mãe sem muita prática. E, depois de muito esforço, finalmente, tudo parece estar fluindo.

Meio que de repente, surgem algumas sensações esquisitas ao amamentar: dor nas articulações, coceira pelo corpo, náuseas, vontade de jogar o bebê para longe. E, como num passe de mágica, assim que a mamada acaba, as sensações também vão embora.

Esses episódios angustiantes são chamados de Perturbação na Amamentação, e podem acontecer com qualquer lactante, em qualquer fase da amamentação.

As causas ainda não são totalmente conhecidas, mas muitas mulheres relatam alguns possíveis gatilhos:

  • Questões emocionais e físicas: cansaço, privação de sono e sobrecarga;
  • Questões hormonais: período menstrual ou ovulatório;
  • Amamentação prolongada, em tandem e lactogestação.

Ao pesquisar sobre Perturbação na Amamentação, todas as soluções que você encontrará vão sugerir limitar as mamadas ou partir para o desmame. Porém, esse artigo pretende ser diferente do que quase todos os encontrados na Internet a respeito desse fenômeno.

Para ficar mais claro o motivo de estarmos fugindo à regra nessa questão, vamos fazer um paralelo com quando o bebê está doente e precisamos dar remédio. É difícil, é penoso, é desconfortável… Mas se pesquisarmos uma solução para isso, encontraremos técnicas para ajudar a dar o remédio. Deixar de dá-lo nunca será sequer uma opção!

Ambas as situações (deixar de dar o remédio e desmamar) podem trazer consequências. Mas apenas uma delas é tratada com a importância que merece para proteger a parte mais frágil desse processo (isso mesmo: o bebê).

O que fazer em relação a Perturbação na Amamentação

1. Primeiro de tudo… você precisa saber o que está acontecendo

Identificar que o que você está passando tem nome é um grande passo! Isso pode te tirar a culpa por estar com sentimentos tão negativos em relação ao seu filho e fazer você sentir que não está sozinha.

2. Se fortaleça!

Veja imagens de crianças grandes mamando, de grávidas que continuam a amamentar o filho mais velho, de mulheres que amamentam crianças de idades diferentes ao mesmo tempo… Siga perfis de amamentação, participe de grupos e saiba que você faz parte de um grupo mundial de mães que amamentam!

3. Lembre o porquê você amamenta

Ninguém amamenta só porque ama amamentar. Afinal, a amamentação, num geral, já começa pouco prazerosa. Uma boa estratégia é tentar se lembrar do que te fez persistir nos primeiros meses.

Amamentação é saúde, é desenvolvimento do seu filho, é nutrição, é o alimento mais rico do mundo, é a “injeção” de imunidade mais potente que existe!

Leia nosso artigo: 8 benefícios do aleitamento materno para o bebê (e 5 para a mãe)

4. Identifique gatilhos

Que momentos você sente isso? É de madrugada? Em dias de maior estresse ou privação de sono? Em momentos específicos do seu ciclo?

Comece a anotar sempre que a Perturbação na Amamentação, aparecer (data, horário e duração) e acrescente observações sobre o que aconteceu naquele dia. Isso pode ajudar a encontrar um padrão!

Sabendo disso, você poderá se preparar para esses momentos e lidar melhor com eles.

5. Sabendo dos gatilhos, se previna!

Terapia, exercícios, alimentação balanceada, tentar achar formas de diminuir o estresse, ter mães-amigas para compartilhar os perrengues da maternidade, contar com a rede de apoio (se você tiver)… Tudo isso são possibilidades a serem consideradas.

6. A Perturbação na Amamentação não dura para sempre!

Se te dissermos que, num geral, a Perturbação na Amamentação, não dura para sempre (até o desmame natural), te conforta?

Muitas vezes, as mulheres desmamam, porque acham que é a única saída, mas nem fazem ideia de que a perturbação iria sumir sozinha em questão de dias, por exemplo.

7. Quando estiver acontecendo, ache estratégias que te ajudem a atravessar esse momento!

Respirar fundo, cheirar a cabeça do seu filho, tentar desviar seu foco para outras coisas, imaginar coisas boas, beliscar a si mesma, contar ou cantar uma música até a criança parar de mamar, apertar uma escova de cabelo, mascar chiclete, ler um livro, fazer coisas aleatórias no celular…

Essas foram estratégias que algumas mães adotaram e disseram ter ajudado. Será que podem ser úteis a você também?

Esperamos que esse texto tenha te ajudado a encontrar estratégias para lidar com esse fenômeno. Lembre-se: você está fazendo um excelente trabalho ao amamentar a sua criança. Vai passar!

*Esse artigo visa atingir as mães que pretendem continuar amamentando e estão buscando estratégias para lidar com a Perturbação na Amamentação. Se você pretende desmamar, busque se informar a respeito das consequências. Uma escolha consciente se faz com informação!

Imagem de capa: Canva

Beatriz e Leticia Coldebella

Gêmeas de nascimento e criação de filhos, com experiência de 16 anos com o público infantil. Beatriz é formada em Psicologia, com atuação focada em crianças. Letícia é formada em Arquitetura e Urbanismo, com atuação focada em espaços para a infância. Hoje, somos mães e compartilhamos a criação dos nossos filhos inspirada na Abordagem Reggio Emilia no @sobre.vivenciamaterna.

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