“Por que meu filho não come?” Entenda a seletividade alimentar em 3 dicas

Se você já fez a pergunta “Por que meu filho não come?” saiba que a seletividade alimentar é comum e muitas famílias passam por isso. Veja aqui como lidar!

O momento das refeições pode se tornar uma fonte de preocupação para muitos pais quando seus filhos começam a recusar alimentos, apresentar pouco apetite e demonstrar desinteresse pela comida. No entanto, é importante compreender que essa seletividade alimentar não é um fenômeno exclusivo da sua família. Muitos pais enfrentam desafios semelhantes quando se trata da alimentação de seus filhos. O ato de comer é uma experiência complexa que envolve diversos aspectos motores e sensoriais que precisam estar em harmonia para garantir uma alimentação saudável e equilibrada.

Por que meu filho não come?

Os componentes motores da alimentação infantil

Um dos aspectos fundamentais da alimentação infantil é a coordenação dos componentes motores, que engloba o funcionamento dos músculos da deglutição e sua capacidade de lidar eficazmente com os alimentos. Vamos explorar algumas das questões relacionadas a esses componentes:

1. Dentes desalinhados

A condição dos dentes desempenha um papel significativo na forma como uma criança mastiga os alimentos e desenvolve seu padrão de deglutição. Crianças com dentes desalinhados podem enfrentar dificuldades na mastigação adequada e podem preferir alimentos mais macios, evitando aqueles que exigem uma mastigação mais intensa.

2. Amígdalas aumentadas

As amígdalas, localizadas na parte posterior da garganta, desempenham um papel na deglutição. Quando estão aumentadas, podem levar algumas crianças a engasgar facilmente, criando experiências negativas associadas à alimentação.

3. Freio lingual curto

O freio lingual, a faixa de tecido sob a língua, pode afetar a capacidade da criança de mastigar eficazmente. Se o freio lingual for curto, a ingestão de alimentos sólidos pode se tornar mais desafiadora.

Em situações em que esses problemas motores estão presentes, é essencial buscar orientação de profissionais de saúde, como pediatras, odontopediatras, otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos. Esses especialistas poderão avaliar o caso do seu filho e desenvolver um plano de tratamento adequado para resolver essas questões.

Os componentes sensoriais na alimentação infantil

A alimentação é uma experiência multissensorial, e algumas crianças podem ser sensíveis demais aos estímulos sensoriais relacionados à comida. Isso é conhecido como hipersensibilidade sensorial e pode se manifestar de várias maneiras. Aqui estão algumas estratégias para lidar com essa sensibilidade:

1. Diminuir distrações e barulhos

Durante as refeições, é importante criar um ambiente tranquilo e livre de distrações, como barulhos excessivos, para que a criança possa se concentrar na comida.

2. Introdução gradual de alimentos recusados

Uma abordagem eficaz é introduzir um único alimento recusado de cada vez e em pequenas quantidades. Isso permite que a criança se acostume gradualmente com novos sabores e texturas.

3. Brincar com texturas

Fora das refeições, é útil envolver a criança em atividades que envolvam diferentes texturas de alimentos, como brincar com massinhas de modelar com cores e consistências semelhantes aos alimentos que estão sendo introduzidos.

Por outro lado…

Algumas crianças podem apresentar hipossensibilidade sensorial, o que significa que não respondem adequadamente aos estímulos sensoriais dos alimentos. Nesses casos, é necessário adotar estratégias diferentes para despertar o interesse pela comida:

1. Variação de temperatura dos alimentos

Crianças com hipossensibilidade podem responder melhor a alimentos com temperaturas extremas, como alimentos mais quentes ou mais frios, que proporcionam uma experiência sensorial mais intensa.

2. Textura crocante

Incluir alimentos com texturas crocantes na dieta pode ser uma maneira eficaz de estimular o interesse da criança pela comida.

3. Uso de temperos e molhos

Adicionar temperos e molhos saborosos às refeições pode melhorar o sabor dos alimentos e torná-los mais atraentes para crianças com hipossensibilidade.

Espero que a gente tenha respondido a pergunta “Por que meu filho não come?”. É importante ressaltar que cada criança é única, e as estratégias para lidar com problemas alimentares devem ser adaptadas às necessidades individuais. Além disso, a paciência e o apoio dos pais desempenham um papel fundamental no processo de superação das dificuldades alimentares.

Para obter mais informações e dicas sobre como lidar com questões motoras e sensoriais na alimentação infantil, você pode consultar a seção “Crianças Super Seletivas” em nosso aplicativo Garfinho. Baixe gratuitamente, o aplicativo está disponível para Android e IOS!

Lá, você encontrará recursos adicionais e orientações específicas para ajudar seu filho a desenvolver hábitos alimentares saudáveis e positivos. Lembre-se de que a jornada da alimentação infantil pode ser desafiadora, mas com o apoio adequado, é possível criar uma relação saudável e feliz com a comida para o seu filho.

E por ai, quantas vezes você já se perguntou “Por que meu filho não come?” Conte pra gente nos comentários!

Jessica Sanguedo | Nutricionista

Sou nutricionista (CRN4 - 20102053), internacionalista e mãe de um bebê que é meu maior caso de sucesso com BLW! Também sou pós-graduada em nutrição clínica pela UFRJ, com cursos de seletividade alimentar e nutrição infantil. Realmente acredito que a nutrição muda vidas!

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